Unimed do Brasil assumirá clientes da Unimed Ferj em dezembro
A Unimed do Brasil assumirá a partir de 1º de dezembro a gestão dos beneficiários da Unimed Ferj, segundo anunciou a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nesta segunda-feira. A decisão visa garantir o atendimento aos cerca de 370 mil usuários da operadora, que enfrenta uma crise financeira e problemas na rede credenciada.
Decisão e prazos para a transição
A medida foi proposta pela ANS após reunião no Rio de Janeiro com representantes da Unimed do Brasil, da Unimed Ferj, do Ministério Público do Rio, do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública Estadual. O diretor-presidente da ANS, Wadih Damous, afirmou ao GLOBO que a empresa terá 20 dias para viabilizar a transferência da carteira de clientes, independentemente da forma que for adotada, seja pela Central Nacional Unimed (CNU) ou outra cooperativa.
“Seja qual for a opção, garantiremos o atendimento aos beneficiários, pois a Ferj não consegue honrar suas dívidas”, declarou Damous. A mudança ocorre após a transferência dos usuários da então Unimed-Rio para a Unimed Ferj, em uma operação que durou cerca de um ano e meio e foi resultado de uma crise financeira de longa data.
Contexto de dificuldades e crise financeira
Desde a migração, os problemas na operadora só se agravaram. Médicos cooperados relataram atrasos nos pagamentos, o que levou a recusa de atendimentos. Além disso, a rede credenciada da Unimed Ferj sofreu reduções, com a saída de provedores renomados. Em fevereiro, a Rede D’Or deixou de aceitar pacientes da operadora, e, em setembro, unidades de hospitais como Pró-Cardíaco, Vitória, São Lucas e Santa Lúcia suspenderam a cobertura.
Descontrole financeiro e dívida
Outro problema grave é o passivo financeiro, que supera R$ 2 bilhões em débitos com hospitais e unidades de saúde, uma situação criticada pela Associação de Hospitais do Estado do Rio (Aherj). Segundo Damous, esses débitos representam uma questão do sistema Unimed e não da ANS, e não foram incluídos no acordo de transferência para a Unimed do Brasil.
“A dívida é um problema do Sistema Unimed, e não da ANS. Nosso objetivo é assegurar o atendimento aos beneficiários”, afirmou o diretor-presidente da agência reguladora.
Expansão de crise e impacto nos usuários
Desde a migração, a carteira de beneficiários da Unimed Ferj caiu cerca de 20%. A diminuição da rede credenciada agravou ainda mais a situação, com descredenciamentos de grandes hospitais. A saída recente da Oncoclínicas, que atendia aproximadamente 12 mil pacientes oncológicos, foi um dos episódios mais críticos, levando os usuários a buscarem atendimento em unidades próprias da operadora, como o Espaço Cuidar Bem, em Botafogo, onde também houve reclamações.
Enquanto isso, o contexto financeiro de dificuldades persiste, e o diálogo entre as autoridades e a gestão da Unimed revela uma tentativa de evitar que o colapso escale ainda mais, priorizando o atendimento aos beneficiários diante de uma crise complexa.
Para mais informações, acesse o artigo completo na Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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