Copom mantém a Selic em 15% e sinaliza juros altos por mais tempo
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (5) manter a taxa Selic em 15% ao ano. Essa é a terceira reunião consecutiva com a mesma decisão, que reforça o cenário de juros altos e política monetária mais restritiva no Brasil.
Decisão reflete cautela diante do cenário global e interno
A votação ocorreu por maioria, após dois dias de análise sobre o desempenho econômico, inflação e mercado de trabalho. O comunicado divulgado pelo Copom destacou a persistência de incertezas globais, especialmente relacionadas à política econômica dos Estados Unidos e tensões no cenário geopolítico. Segundo o documento, esses fatores exigem cautela para países emergentes como o Brasil.
Internamente, o comitê observou que embora haja uma moderação no crescimento econômico, o mercado de trabalho permanece dinâmico e a inflação continua acima da meta, mesmo após sinais de desaceleração recente.
Perspectivas de inflação e política monetária
As projeções do Copom apontam uma inflação de 4,6% em 2025, 3,6% em 2026 e 3,3% no segundo trimestre de 2027. A meta oficial do Conselho Monetário Nacional é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Para assegurar a convergência à meta, o documento reforça a necessidade de uma política monetária “significativamente contracionista por longo período”. Entre os riscos, o comitê citou a possibilidade de uma desancoragem das expectativas de inflação e resistências na inflação de serviços, além de eventuais impactos de políticas econômicas internas e externas.
Riscos e atenção às tendências econômicas
Por outro lado, o Copom também identificou riscos de baixa, como uma desaceleração mais acentuada da economia doméstica ou global e a redução dos preços das commodities. O Comitê acompanha de perto as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil e o impacto da política fiscal interna na condução monetária.
Segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, as expectativas de inflação estão em 4,55% para 2023 e 4,20% para 2024, ambos acima do centro da meta. O IPCA-15 de outubro registrou alta de 0,18%, menor que o índice de setembro, de 0,48%, indicando sinais de desaceleração no curto prazo.
Futuro da política monetária
O Copom reforçou que a manutenção da Selic em 15% é compatível com a estratégia de convergência da inflação para a meta ao longo do horizonte relevante. O colegiado afirmou que os passos futuros podem incluir novos ajustes, que serão feitos se necessário, para manter o controle inflacionário e impulsionar o pleno emprego.
Todos os nove membros participaram da decisão, incluindo o presidente Gabriel Muricca Galípolo. A ata completa da 274ª reunião será divulgada na próxima terça-feira (11), às 8h, no site do Banco Central.
Para mais detalhes, acesse a fonte oficial.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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