Especialista prevê extinção de 90% das profissões em 15 anos devido à IA

O renomado especialista em Inteligência Artificial, Danilo McGarry, afirmou nesta terça-feira (14), durante o AI Bank Summit 2025, que a maioria das profissões existentes no mundo pode desaparecer nos próximos 15 anos devido ao avanço acelerado da IA. Segundo ele, apenas cerca de cem empregos deverão permanecer no cenário global até 2040, com funções humanas concentradas na construção, ensino e na utilização de inteligência artificial.

O percurso da inteligência artificial e suas capacidades

McGarry explicou que a trajetória da IA passou por diversas fases desde sua origem, há 69 anos. Inicialmente, o uso predominante foi nos bancos, principalmente para identificação de fraudes e análise de empréstimos. Com o tempo, a criação de IA generativa visou aprimorar desempenho e reduzir custos operacionais. “O Google desenvolveu sua própria IA seis meses antes do ChatGPT, mas optou por não lançá-la, preocupados com a substituição de pesquisa instantânea”, revelou o especialista.

Capacidades cognitivas da IA e projeções para o futuro

Superando habilidades humanas

McGarry destacou que modelos como o ChatGPT-4 já superam o ser humano em várias habilidades cognitivas, apresentando memória ilimitada e velocidade de processamento até 100 mil vezes maior que o cérebro humano. Enquanto uma pessoa média consegue reter cerca de dez itens na memória de curto prazo, os sistemas de IA operam sem essas restrições.

As previsões indicam que, até 2025 e 2026, os modelos de IA terão QI médio entre 200 e 250, além de capacidade multimodal — englobando fala, visão, audição e interação manual. A Inteligência Artificial Geral (AGI), capaz de raciocinar em qualquer domínio, deve ser atingida entre 2027 e 2030, tornando-se mais capacitada que qualquer ser humano.

Impacto no mercado de trabalho e competitividade

Durante o evento, McGarry alertou que estamos na “tempestade perfeita” da tecnologia: “Se você não se preparar, será destruído. Se se adaptar, sairá fortalecido”. Dados do evento apontam que empresas que adotam IA já verificaram melhorias de até 30% em receita e lucratividade. Segundo ele, liderança e velocidade são fatores essenciais para a competitividade e, por isso, organizações precisam investir em consultorias especializadas para superar lacunas de qualificação.

Transformações além do setor financeiro

McGarry ressaltou que essa revolução tecnológica não é exclusiva do setor financeiro. “Os bancos tradicionais estão perdendo espaço para aqueles que apostam em tecnologia”, afirmou. Além disso, toda empresa está se tornando uma “empresa de tecnologia” e a convergência entre setores é uma tendência inevitável.

Ele exemplificou a mudança no setor bancário: “As pessoas preferem aplicativos fáceis de usar do que filas em agências”. Indústrias jurídicas também passarão por reformas estruturais, com tarefas como pesquisa, revisão e elaboração de documentos sendo automatizadas com o apoio da IA, o que permitirá a pequenas equipes jurídicas produzir mais e focar em cargos de liderança.

Impactos econômicos e projeções globais

Relatórios apresentados na palestra reforçam as possibilidades de crescimento econômico com o avanço da IA. O Goldman Sachs estima que a IA generativa pode elevar o PIB global em 7%, enquanto a Bloomberg projeta um faturamento de US$ 1,3 trilhão até 2032. Pesquisas da Bain & Company e McKinsey & Company indicam que setores como engenharia de software, operações com clientes, vendas e marketing serão os mais impactados.

Perspectivas e o movimento irreversível da tecnologia

Encerrando sua apresentação, McGarry afirmou que não há obstáculos técnicos para o desenvolvimento da AGI, que deve ser alcançada em até três anos. “Esse movimento é irreversível. Empresas estão investindo cada vez mais em IA, e isso não vai desaparecer”, concluiu.

O AI Bank Summit 2025, realizado de forma online, reúne especialistas e líderes do setor financeiro até sexta-feira (17), discutindo as transformações da inteligência artificial e seus impactos no mercado, ética e regulação.

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Com informações do Jornal Diário do Povo