Família de cardiologista morreu após refeição com carne em voo internacional
A família do cardiologista aposentado Asoka Jayaweera, de 85 anos, entrou com uma ação judicial contra a Qatar Airways após a morte do passageiro durante um voo entre Los Angeles e Colombo, com escala em Doha. Segundo a denúncia, o médico, que era vegetariano, engasgou e entrou em colapso após receber uma refeição contendo carne, mesmo tendo solicitado alimentação sem carne previamente.
Pedido de indenização e alegações de negligência
De acordo com o filho do médico, Surya Jayaweera, a companhia aérea foi negligente ao não fornecer uma opção vegetariana, apesar de a família ter solicitado antecipadamente. A denúncia afirma que a tripulação informou que não havia opções vegetarianas disponíveis e orientou o passageiro a “comer ao redor da carne”.
O processo, apresentado com base na Convenção de Montreal, acusa a Qatar Airways de negligência e homicídio culposo. A ação busca uma indenização mínima de US$ 128 mil (aproximadamente R$ 690 mil) por danos morais e financeiros, além do custeio das despesas judiciais.
Incêndio e morte do passageiro a bordo
Segundo o relato, ao tentar seguir a orientação da tripulação, Jayaweera começou a engasgar, entrou em colapso e teve sua saturação de oxigênio medida em 69%, nível considerado crítico. Apesar dos primeiros socorros realizados por funcionários e do acionamento de uma assistência médica remota, o cardiologista não recuperou a consciência.
O piloto, sem realizar pouso de emergência, justificou que o voo sobrevoava “o Círculo Polar Ártico ou o oceano”, dificultando uma manobra de emergência. A família contesta alegando que a aeronave estava sobre o Meio-Oeste dos Estados Unidos, onde uma tentativa de desvio seria possível. Jayaweera foi levado ao hospital em Edimburgo, onde morreu dias depois, em 3 de agosto, devido a uma pneumonia aspirativa.
Refeições especiais e resposta da Qatar Airways
A Qatar Airways oferece 19 tipos de refeições especiais, incluindo sete opções vegetarianas, para atender a diversas restrições alimentares. A família alega que a companhia não cumpriu o pedido do passageiro e optou por não fazer um desvio para atendimento médico, o que agravou o quadro clínico do médico.
Até o momento, a Qatar Airways não se manifestou oficialmente sobre o caso.
Perspectivas e repercussões
A ação judicial destaca a preocupação com a responsabilidade das companhias aéreas em casos de negligência e o direito dos passageiros de receberem atendimento adequado. A família pede uma reparação financeira significativa por danos morais e prejuízos à saúde do paciente.
A controvérsia levanta discussões sobre as políticas de atendimento de refeições especiais em voos internacionais e a capacidade de agir em emergências médicas durante trajetos longos. A decisão final da justiça deve estabelecer precedentes sobre a responsabilidade das companhias aéreas em casos similares.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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