Amazonas se prepara para COP30 com projetos de créditos de carbono

A cidade de Belém, no Pará, será palco da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) em novembro, um momento crucial para ampliar a atenção mundial à preservação da floresta amazônica. O evento visa evidenciar soluções ambientais e os desafios de sua implementação, especialmente pelos nove estados da Amazônia Legal.

Avanços na geração de créditos de carbono na Amazônia

Estados como Acre, Tocantins, Pará e Mato Grosso vêm estruturando programas de REDD+ Jurisdicional, que possibilitam a geração de créditos de carbono a partir da redução do desmatamento e degradação florestal. Segundo o Earth Innovation Institute, esses programas podem gerar entre US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões até 2030, impulsionando ainda mais as ações de conservação.

Progresso e potencial econômico na região

Com a implementação de ações de redução do desmatamento e de registros auditoriais independentes, os estados mais avançados, como Tocantins, já podem gerar cerca de 100 milhões de créditos de carbono até 2026, com uma receita potencial superior a US$ 1,5 bilhão, valor que ultrapassa as doações do Fundo Amazônia desde 2008, de aproximadamente US$ 1,4 bilhão.

Experiência do Tocantins no mercado de créditos

O Tocantins, que começou a estruturar sua política de JREDD+ em 2023, firmou parceria com a suíça Mercuria Energy Group, que investiu R$ 20 milhões no projeto e pretende adquirir créditos até o fim da década. A iniciativa baseou-se na auditoria do padrão ART Trees, reconhecendo a redução de 13 milhões de toneladas de carbono entre 2020 e 2024 — o equivalente a uma fase de certificação que deve ocorrer até o início de 2026.

Impactos e perspectivas futuras

Segundo Natália Renteria, diretora da iniciativa Race to Belém, o modelo de REDD+ jurisdicional tem revolucionado a proteção às florestas ao incorporar incentivos econômicos à fiscalização. Para ela, políticas que combinam comando e controle com estímulos positivos têm potencial de ampliar a efetividade na conservação.

O Acre, por exemplo, negocia seus créditos com o banco Standard Chartered, atraindo recursos que poderão gerar entre 30 milhões a 50 milhões de créditos de carbono até 2030. Além disso, outros estados como Pará e Mato Grosso assinaram acordos de comercialização de créditos de redução do desmatamento, fortalecendo uma economia de conservação que pode movimentar bilhões de dólares.

Contribuições para a conservação e o desenvolvimento sustentável

Cada crédito de carbono representa uma redução efetiva nas emissões e será usado para financiar ações de proteção às florestas, inclusão de comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas. Na parceria com a Coalizão LEAF, o Pará compromete-se a negociar até 12 milhões de créditos até 2026 — recursos que, em sua maior parte, serão destinados a comunidades locais.

Segundo especialistas, a expansão dos programas de créditos de carbono na Amazônia é fundamental para o Brasil cumprir suas metas climáticas, além de promover o desenvolvimento sustentável na região. A COP30, portanto, marca um momento de grande expectativa para o fortalecimento dessas iniciativas na maior floresta tropical do planeta.

Leia mais sobre as estratégias ambientais na reportagem completa na Globo.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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