Brasil enfrenta aumento nas importações de aço devido às tarifas dos EUA e União Europeia
Aumento de 30% nas importações de aço laminado no Brasil entre janeiro e agosto de 2025 provoca alertas na indústria siderúrgica devido às tarifas impostas pelos Estados Unidos e União Europeia, que visam proteger seus mercados de produtos considerados desleais.
Impacto das tarifas americanas e europeias sobre o aço
Segundo o Instituto Aço Brasil, as importações de aço laminado aumentaram 30% no período, com expectativa de alta de 32,2% ao final do ano. As tarifas americanas de 50% sobre o aço importado, estabelecidas pelo governo dos EUA, vêm redirecionando o fluxo de aço para outros mercados, incluindo o Brasil.
Além disso, a União Europeia anunciou uma elevação da tarifa para todas as importações de aço, chegando a 50% e alinhando-se à estratégia americana de taxação, o que aumenta a sobra de oferta no mercado mundial.
Medidas protecionistas na Europa e consequências para o mercado mundial
A União Europeia planeja aplicar uma tarifa de 50% às importações de aço que excederem uma cota 45% menor que a vigente, uma medida que visa conter a entrada de aço barato, principalmente chinês. A proposta foi criticada pelo setor brasileiro, que vê na iniciativa uma escalada das reações comerciais globais.
O Aço Brasil afirma que essa ação amplifica o risco de desvios de comércio e desequilíbrios no mercado internacional. Uma nota da entidade destaca que o Brasil deve reagir rapidamente, fortalecendo seus mecanismos de defesa comercial para evitar o impacto de importações predatórias, sobretudo do produto chinês.
Ameaças e perspectivas para o setor brasileiro
Dados indicam que o Brasil se torna cada vez mais destino de aço vendido a preços abaixo do mercado, o que prejudica a competitividade das siderúrgicas nacionais. Sem uma defesa comercial efetiva, o setor corre o risco de sofrer maior retrocesso frente ao aumento de aço estrangeiro barato.
Especialistas também alertam que a restrição europeia tende a elevar a oferta global de aço, sem restrições, favorecendo a entrada de produtos de origem duvidosa. Isso reforça a necessidade de o Brasil fortalecer sua política de proteção ao mercado interno.
Reações e próximos passos
A nota do Instituto Aço Brasil reforça a urgência de uma resposta rápida do governo brasileiro para combater a sobreoferta e proteger as empresas nacionais. Ainda não há, até o momento, ações concretas para conter o aumento das importações, mas o setor espera uma postura mais firme nas negociações comerciais internacionais.
Embora as negociações entre Estados Unidos e União Europeia tenham avançado pouco desde o acordo de julho de 2025, a situação exige atenção redobrada e ações estratégicas para evitar que o Brasil seja ainda mais prejudicado nesta disputa global pelo aço.
Fonte: O Globo
Com informações do Jornal Diário do Povo
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