Mercado dos EUA em alerta antes da decisão do Fed sobre juros
Nos Estados Unidos, o sentimento otimista em relação às ações atinge níveis elevados, impulsionado por expectativas de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed) na sua próxima reunião de política monetária. Contudo, especialistas alertam para dificuldades e riscos que podem interromper essa propensão de alta contínua.
Alta histórica e expectativas de cortes de juros
O mercado de ações de Nova York vive uma fase de valorização recorde, com o índice S&P 500 subindo 32% desde as mínimas de abril, quando registrou forte queda devido à guerra comercial e às tensões políticas. Essa alta resultou em US$ 14 trilhões em valor de mercado e é impulsionada pela expectativa de que o Fed recomece a reduzir os custos de empréstimos, com uma redução de 25 pontos-base na quarta-feira sendo considerada quase certa.
Riscos e sinais de desaceleração
Apesar do otimismo, há sinais preocupantes no horizonte econômico. Dados recentes apontam uma desaceleração do mercado de trabalho, com quase 911.000 pessoas a menos empregadas do que o estimado anteriormente pelo Bureau of Labor Statistics, além de aumento nos pedidos semanais de auxílio-desemprego. “Estamos em um momento único”, afirmou Sevasti Balafas, CEO da GoalVest Advisory. “A grande incógnita é o quanto a economia está desacelerando e quanto o Fed precisará cortar os juros.”
Impactos das decisões do Fed e riscos de mercado
A decisão do Fed, prevista para as 14h de quarta-feira, será analisada com atenção pelos investidores, especialmente as projeções de taxas e as observações do presidente Jerome Powell. Entre os riscos destacam-se os efeitos da inteligência artificial, a guerra comercial, o aumento da dívida dos EUA e o enfraquecimento do mercado de trabalho.
Desafios da inteligência artificial
Especialistas, como Keith Lerner da Truist Advisory Services, alertam que a narrativa da IA apresenta riscos, como mudanças no entusiasmo do mercado e aumento na concentração de ações tecnológicas, que representam cerca de um terço do índice S&P 500. “A dependência excessiva de tecnologia pode ser um ponto de vulnerabilidade”, avalia Keller.
Mercado de trabalho e inflação
Dados de emprego sugerem desaceleração, com menos contratações e aumento do desemprego. Segundo Neil Dutta, da Renaissance Macro Research, “não há como esperar crescimento de lucros de dois dígitos se o mercado de trabalho continuar a deteriorar-se”. Além disso, há preocupações com tarifas, cujo impacto pode ser tardio, e com o risco de uma recessão se tarifas forem anuladas por decisões judiciais.
Perspectivas futuras e estratégias de investimento
Analistas de Wall Street, como Stuart Katz da Robertson Stephens, indicam que o mercado depende de três fatores principais: a rapidez do Fed em cortar juros, a continuidade do crescimento alimentado pela IA e o controle das tarifas comerciais. Em cenários de desaceleração mais acentuada, setores defensivos como saúde e bens essenciais tendem a se destacar, com retornos médios de cerca de 20% no S&P 500 durante ciclos de alta do Fed.
Embora a previsão seja de uma alta do índice S&P 500 até o final do ano, que pode chegar a 7.000 pontos, a cautela permanece. Como aponta Dutta, “o risco é que uma vez que esse momentum se quebre, possa desmoronar rapidamente”.
Para mais detalhes, acesse a matéria completa no site do O Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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