Alta temporada de verão promete recorde de fluxo turístico no Brasil

O setor de turismo no Brasil está otimista com a alta temporada de verão, prevista para dezembro a fevereiro de 2026, incluindo o Carnaval, com previsão de recorde na movimentação de passageiros. Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, o fluxo aéreo poderá atingir 130 milhões de pessoas neste período, impulsionado por uma demanda ainda aquecida apesar da desaceleração econômica.

Companhias aéreas elevam capacidade para a alta temporada

Protegendo-se do crescimento na demanda, as principais empresas aéreas aumentaram suas ofertas. A Gol vai ampliar em 15% sua operação, chegando a 65 mil voos e 12 milhões de assentos nesta temporada, a maior já registrada pela companhia. A Azul anunciou 3,6 mil voos extras, enquanto a Latam planeja uma expansão de 9%, com 2 mil voos adicionais. Rafael Araújo, diretor de Planejamento de Malha Aérea da Gol, explica que a demanda permanece firme mesmo diante da desaceleração econômica, e a estratégia de aumento na malha aérea reforça essa tendência.

Fatores que impulsionam a procura por viagens e destinos favoritos

De acordo com o IBGE, as atividades turísticas brasileiras fecharam o primeiro semestre com crescimento de 6,6% em relação ao mesmo período de 2024. O aumento na renda das famílias e uma taxa de câmbio mais favorável, apesar do dólar alto, estimulam viagens domésticas, especialmente de turistas brasileiros que preferem explorar o país. Segundo dados recentes, turistas domésticos optam por destinos como Fernando de Noronha, João Pessoa, Porto Seguro e Maceió, que também receberam reforço em rotas com a alta temporada.

O comportamento das famílias também mudou após as restrições da pandemia, com muitas planejando suas viagens com maior antecedência e buscando oportunidades de lazer no período, inclusive em cidades do Sul, como Foz do Iguaçu e Gramado. A demanda por pacotes turísticos cresceu significativamente; a operadora CVC registrou um aumento de 54% na procura por destinos na Região Sul neste período, com crescimento de até 76% para Foz do Iguaçu.

Destino favorável ao turismo estrangeiro e impacto na economia

O Brasil também recebe um fluxo recorde de turistas estrangeiros: até agosto, foram 6,5 milhões de visitantes, com previsão de chegar a 8,1 milhões até o fim do ano, superando as metas do Plano Nacional de Turismo. Essa quantidade deve impulsionar ainda mais o movimento aéreo, e companhias internacionais ampliam suas operações no país. A American Airlines aumentará em até 61 voos semanais na temporada, enquanto a Air France KLM opera com 54 voos semanais para a Europa, o que representa um aumento de 23% em relação ao período pré-pandemia.

Para a consultora Jeanine Pires, ex-presidente da Embratur, as recentes mudanças na taxa de câmbio tornaram o Brasil mais atraente para argentinos e europeus, além de fortalecer o fluxo de turistas de outros países. A cidade do Rio de Janeiro é um dos destinos mais procurados, com sete companhias operando voos entre a Argentina e a capital fluminense, reforçando o papel do Aeroporto do Galeão como porta de entrada.

Perspectivas para o setor de hotelaria e tendências do turismo

O setor hoteleiro também se prepara com otimismo para a alta temporada. O Grupo Arpoador, com hotéis em Ipanema, espera aumento de 20% na receita, com reservas de réveillon já acima de 80% dos leitos. Marcelo Gorin, sócio do grupo, destaca que o verão de 2025 promete superar o do ano passado, com uma expectativa de maior movimento e ocupação.

O fenômeno do turismo no Brasil está se consolidando, com mudanças na demanda e na preferência por destinos internos. Além do aumento na malha aérea e na oferta de voos internacionais, há uma tendência de diversificação dos espaços de hospedagem, incluindo áreas que antes eram subutilizadas, como aviões abandonados adaptados para hospedagem, com planos de oferecer experiências exclusivas para os turistas.

Se o ritmo de transporte aéreo for mantido, a expectativa é de que a temporada registre números históricos, elevando ainda mais o turismo brasileiro no cenário global.

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Com informações do Jornal Diário do Povo