Embaixada dos EUA reforça críticas à condenação de Bolsonaro e sinaliza novas sanções
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou, na noite desta quinta-feira (11), uma mensagem reafirmando a posição do secretário de Estado americano, Marco Rubio, sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na declaração, Rubio acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de conduzir perseguições políticas e alertou que novas sanções contra autoridades brasileiras estão previstas.
Reação dos EUA à condenação de Bolsonaro
“As perseguições políticas conduzidas pelo sancionado violador de direitos humanos Alexandre de Moraes continuam, uma vez que ele e outros membros do Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os Estados Unidos responderão adequadamente a essa caça às bruxas”, afirmou Marco Rubio, chefe da diplomacia norte-americana, referindo-se ao ministro do STF responsável pela relatoria de processos contra Bolsonaro.
A mensagem da embaixada foi divulgada em português pouco depois do Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitir uma nota de resposta, defendendo a independência do Poder Judiciário. Segundo o Itamaraty, as decisões judiciais ocorreram com autonomia e dentro das garantias constitucionais.
Resposta do Brasil às críticas internacionais
“Ameaças como a feita hoje pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia”, publicou o Ministério das Relações Exteriores nas redes sociais, reforçando que o Brasil respeita a separação de poderes e os princípios do Estado de Direito.
Sanções e cenário político
De interlocutores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há a expectativa de que novas sanções contra autoridades brasileiras poderão ser implementadas até o fim de 2026, ano eleitoral. Alexandre de Moraes, relator dos processos contra Bolsonaro, é o principal alvo de possíveis medidas restritivas, incluindo a proibição de entrada nos Estados Unidos e restrições para operações comerciais ou financeiras com empresas americanas.
Repercussões internacionais e internas
Nesta quinta-feira, o ex-presidente Donald Trump também se manifestou sobre a condenação, considerando-a “muito surpreendente”. “Eu achava que ele era um bom presidente do Brasil, e é muito surpreendente que isso tenha acontecido. É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram”, declarou Trump à imprensa.
Desde que anunciou uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros em julho, Trump afirmou que só negocia questões comerciais com o Brasil após a absolvição de Bolsonaro. As condenações do ex-presidente incluem tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, e ataque ao Estado Democrático de Direito.
O debate internacional reflete a complexa situação política brasileira, marcada por tensões entre o judiciário, o governo e os atores internacionais, especialmente os Estados Unidos, que continuam observando de perto os desdobramentos do caso Bolsonaro.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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