México propõe elevar tarifas de importação para proteger indústrias

O governo do México apresentou ao Congresso uma proposta de aumento nas tarifas de importação de vários países, com o objetivo de proteger setores estratégicos e enfrentando pressões comerciais dos Estados Unidos. As novas tarifas podem chegar até 50%, especialmente sobre produtos chineses e de outros países sem acordos comerciais, como Coreia do Sul, Índia e Turquia.

Tarifas elevadas para produtos chineses e outros países sem acordos

A proposta, divulgada pela Secretaria de Economia mexicana, inclui uma alíquota de até 50% para carros leves e setores como têxtil, vestuário e siderúrgico. Segundo o documento, se aprovada, a iniciativa afetará aproximadamente US$ 52 bilhões em importações, representando 8,6% do total das compras externas do país.

Proteção ao setor automotivo e impacto na China

Para veículos leves, a tarifa atual de 15% a 20% subiria para 50%. A China, maior exportadora de carros ao México sem acordo comercial, seria a mais afetada, principalmente o setor automotivo, que atualmente representa 30% do mercado de veículos leves no país. Em 2024, as vendas de montadoras chinesas cresceram quase 10% no México, altura em que passaram a responder por essa fatia do mercado.

De acordo com dados da indústria mexicana, as fabricantes chinesas evoluíram de quase nenhuma exportação há uma década para uma presença marcante no mercado de automóveis leves.

Outros setores impactados

Além do setor automotivo, a proposta prevê tarifas de até 50% para produtos da Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia e Turquia, países que também não possuem acordos comerciais com o México. Setores têxtil, de vestuário e siderurgia também seriam afetados, com taxas de impostos variando entre 20% e 50%.

Contexto político e pressões internacionais

O projeto surge após a visita oficial da presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, ao chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, com quem discutiu temas relacionados a segurança, combate ao narcotráfico e comércio exterior. Sob forte pressão dos EUA, o governo mexicano busca fortalecer sua indústria nacional e reduzir a dependência de importações asiáticas.

Segundo a Secretaria de Economia, as novas tarifas buscam defender 325 mil empregos em indústrias estratégicas e melhorar a balança comercial do país, após período de aumento das tensões comerciais, especialmente com a China.

Reações e próximos passos

A proposta conta com ampla maioria no Congresso brasileiro para sua aprovação, embora enfrente críticas de setores empresariais que temem aumento de custos e pressões inflacionárias. Se aprovada, a medida reforça o protecionismo do México diante do atual cenário internacional.

A expectativa é que o projeto seja analisado e votado nas próximas semanas, podendo alterar o fluxo de comércio na América do Norte e com a Ásia, além de influenciar as estratégias de importação de grandes multinacionais instaladas no território mexicano.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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