Novo Nordisk anuncia demissão de 9 mil funcionários em meio à crise

A fabricante do Ozempic, que teve seu faturamento impulsionado por medicamentos para obesidade, anunciou nesta quarta-feira a demissão de 9 mil funcionários globalmente. A medida visa economizar cerca de 8 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 1,3 bilhão) até o fim de 2026, segundo a própria empresa.

Impacto na força de trabalho e contexto financeiro

O corte representa aproximadamente 11% de sua força de trabalho mundial, incluindo 5 mil postos na Dinamarca, onde demissões em massa são incomuns. A decisão ocorre durante a terceira redução de previsão de lucro em 2025, refletindo a feroz disputa no segmento de tratamentos para diabetes e perda de peso, com a concorrência da Eli Lilly, que tem apresentado maior eficiência com seu Monjauro.

Após o anúncio, as ações da Novo Nordisk subiram até 3,2%, embora tenham acumulado uma queda de 60% nos últimos 12 meses. A empresa, que chegou a ser a mais valiosa da Europa, passa por uma fase de ajustes estratégicos para se manter competitiva no mercado de medicamentos para obesidade.

Estratégia de reestruturação e futuro

De acordo com a companhia, os recursos economizados serão reinvestidos em novas pesquisas e aumento de vendas. O novo CEO, Mike Doustdar, que assumiu recentemente, já indicou medidas de austeridade, incluindo o congelamento de contratações não essenciais e a suspensão de ofertas de emprego para posições ainda não ocupadas.

Segundo Doustdar, a decisão de reestruturação é “a mais acertada para garantir o sucesso de longo prazo”. A expectativa é que o lucro operacional cresça entre 4% e 10% em moeda constante, apesar dos custos de 8 bilhões de coroas injetados na reorganização.

Desafios de mercado e disputa pela liderança

A Novo Nordisk enfrenta dificuldades para recuperar sua posição de liderança nos Estados Unidos, que foi assumida pela Eli Lilly com seus tratamentos inovadores. Além disso, a empresa também luta contra versões genéricas mais baratas, produzidas por farmácias de manipulação nos EUA, dificultando sua lucratividade.

Reforma da cultura empresarial e perspectivas

A companhia reforça sua cultura de equilíbrio entre vida profissional e pessoal, adotando rígidas normas dinamarquesas de conduta. Funcionários costumam sair cedo ou tirar quase todo o mês de julho de férias, o que contrasta com a tradição de equipes inchadas no passado.

Para o futuro, a Novo Nordisk apresentará um roteiro de pesquisa e desenvolvimento em evento planejado para 17 de setembro, focando em novos medicamentos, incluindo uma versão oral do Wegovy. A estratégia busca revitalizar a liderança com inovações que estimulem o crescimento sustentável.

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Com informações do Jornal Diário do Povo