Revisão dos empregos nos EUA aponta crescimento menor e reforça expectativa de cortes na taxa de juros
O crescimento do emprego nos Estados Unidos foi significativamente menor no ano até março do que as estimativas iniciais, o que reforça as pressões para que o Federal Reserve (Fed) agresse na decisão de corte das taxas de juros. A revisão preliminar do Departamento de Estatísticas do Trabalho revelou que foram criados 911 mil postos de trabalho a menos do que o divulgado inicialmente.
Revisão histórica dos dados de emprego nos EUA e impacto na política do Fed
Antes da revisão, os dados indicavam a criação de quase 1,8 milhão de empregos até março de 2025, uma média de 149 mil por mês. Com o ajuste, o crescimento médio mensal ficou pela metade, sinalizando uma desaceleração prolongada do mercado de trabalho, o que abre caminho para cortes nas taxas de juros na próxima semana, segundo analistas.
Cenário de desaceleração e expectativas de cortes na taxa de juros
Especialistas avaliam que o mercado de trabalho, que chegou a registrar uma taxa de desemprego de 4,3% em agosto, mostra sinais de maior fragilidade. O presidente do Fed, Jerome Powell, reconheceu recentemente o aumento dos riscos ao mercado de trabalho, e há fortes apostas de que os juros serão reduzidos na reunião de 17 de setembro. Os rendimentos dos títulos do Tesouro subiram, enquanto o índice S&P 500 revertia ganhos anteriores.
Contexto político e consequências das revisões nos dados de emprego
As revisões negativas ocorreram em quase todos os setores e estados, com destaque para atacado, varejo, lazer, hospitalidade, serviços profissionais e indústria. A demanda por revisões de referência, que costumam acontecer anualmente, adquiriram maior atenção por investidores e pelo Fed, que busca sinais de uma desaceleração mais rápida do mercado de trabalho.
Controvérsia e impacto político
A Casa Branca manifestou preocupação com as revisões, que chegaram a ser criticadas pelo presidente Donald Trump, após a demissão da chefe do BLS em agosto. Trump alegou que as revisões indicavam que a economia de Biden foi uma “catástrofe”, realizando uma ofensiva contra o órgão de estatísticas.
Revisões, inconsistências e o papel do BLS
Especialistas destacam que as alterações foram influenciadas por fatores como ajustes relacionados à criação e fechamento de empresas, além da contabilização de trabalhadores imigrantes não autorizados. As revisões, que acontecem anualmente, refazem estimativas com dados adicionais, mas alguns economistas consideram os ajustes recentes destoantes do padrão habitual, levantando dúvidas sobre a precisão das estatísticas.
“Hoje, o BLS divulgou a maior revisão para baixo já registrada, proveniente de dados que, na visão de Trump, demonstram a má gestão econômica do governo atual”, afirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.
Consequências e próximos passos
Apesar do impacto das revisões, especialistas indicam que elas representam uma correção nos dados e não sinalizam uma recessão iminente. A expectativa é que o Federal Reserve continue monitorando a desaceleração do mercado, com possibilidade de cortes de juros, a depender da evolução dos indicadores nas próximas semanas.
O Departamento do Trabalho dos EUA ressaltou que os números finais de 2025 estarão disponíveis no começo do próximo ano, após análises detalhadas do Censo Trimestral de Emprego e Salários (QCEW), que cobre praticamente todos os empregos formais no país.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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