Itaú demite cerca de mil funcionários por problemas com trabalho remoto

O maior banco do Brasil, Itaú, realizou na última segunda-feira (8/9) a demissão de cerca de mil funcionários que atuavam em regimes de trabalho híbrido e remoto, segundo informações do Sindicato dos Bancários. A medida foi confirmada pelo banco, que afirmou ter feito uma “revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada”.

Motivos e críticas às demissões do Itaú

De acordo com o Itaú, a decisão visa combater problemas de produtividade, com funcionários trabalhando menos horas efetivas do que o registrado na plataforma de trabalho. A instituição justificou que algumas condutas contrariam seus princípios de confiança, considerados inegociáveis. “Essas decisões fazem parte de um processo de gestão responsável e têm como objetivo preservar nossa cultura e a relação de confiança que construímos com clientes, colaboradores e a sociedade”, afirmou o banco em nota.

Já o Sindicato dos Bancários criticou o método adotado pelo Itaú, destacando que as demissões ocorreram sem diálogo ou advertências prévias. Maikon Azzi, diretor do sindicato e bancário do Itaú, afirmou que tanto os funcionários quanto a entidade foram surpreendidos. “Fomos surpreendidos com a demissão em massa, baseada em registros de inatividade nas máquinas corporativas, em períodos considerados de ociosidade, superiores a quatro horas”, explicou.

Controvérsias e contexto das ações do banco

Azzi questionou o critério de avaliação do banco, alegando que ele não leva em conta a complexidade do trabalho bancário remoto, possíveis falhas técnicas, questões de saúde ou sobrecarga de trabalho. Segundo ele, o banco manteve monitoramento por meses sem fornecer feedback ou oportunidades para que os funcionários ajustassem suas condutas.

O Sindicato afirmou que solicitará esclarecimentos ao Itaú e criticou o processo que levou às dispensas. O Itaú, que possui mais de 96 mil funcionários e lucrou R$ 11,5 bilhões no segundo trimestre, vem passando por redução de postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, foram cortados 518 empregos, levando a um quadro atual de aproximadamente 85 mil colaboradores.

Impacto do trabalho remoto e futuro no setor bancário

As ações do Itaú refletem uma tendência de reestruturação do setor financeiro, que tenta equilibrar a adoção do trabalho remoto com a exigência de produtividade. Especialistas questionam os critérios utilizados para monitoramento, sobretudo a longo prazo, e apontam a necessidade de diálogo entre bancos e funcionários em processos de mudança tão disruptivos.

O movimento sindical promete intensificar a pressão por transparência e justiça nas ações do banco. A conversa entre representantes e a instituição deverá continuar na tentativa de evitar novas demissões sem aviso prévio ou diálogo com os envolvidos.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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