Japão e EUA negociam redução de tarifas antes da saída do primeiro-ministro

O negociador japonês Ryosei Akazawa afirmou nesta terça-feira (9) que as tarifas dos Estados Unidos sobre produtos japoneses, como carros e autopeças, devem ser reduzidas até 16 de setembro. A decisão foi formalizada por meio de um documento do Registro Federal dos EUA, que oficializou a ordem executiva do presidente Donald Trump sobre o acordo comercial entre os dois países.

Revisão das tarifas e avanços nas negociações

De acordo com Akazawa, as tarifas revisadas entrarão em vigor sete dias após a publicação, seguindo o entendimento de um acordo fechado em julho. Nesse acordo, Washington e Tóquio comprometeram-se a reduzir as tarifas para 15% sobre produtos japoneses, com foco principalmente em automóveis, em troca de um pacote de US$ 550 bilhões (aproximadamente R$ 2,9 trilhões) em investimentos e empréstimos ligados aos EUA.

A assinatura da ordem por Trump, na semana passada, confirmou a aplicação dessas tarifas mais baixas, mesmo que as negociações ainda não estejam totalmente concluídas. Akazawa destacou que o status de nação mais favorável para produtos farmacêuticos e semicondutores ainda não foi incluído na ordem, apesar de uma declaração conjunta recente reconhecer que o Japão terá acesso às menores tarifas sobre chips e medicamentos entre todos os acordos firmados pelos EUA.

Pressão para compromissos adicionais

O representante japonês afirmou que o país continuará pressionando os Estados Unidos para oficializar esse compromisso por meio de uma nova ordem executiva. Quanto à destinação do pacote de US$ 550 bilhões, Akazawa declarou que caberá aos EUA decidir quais projetos serão financiados, citando possíveis iniciativas da Nippon Steel, US Steel e do grupo SoftBank.

Crise política no Japão e impacto internacional

No cenário político interno, o Japão atravessa uma fase de incerteza após a renúncia do primeiro-ministro Shigeru Ishiba, anunciada no último domingo (7). Ele deixou o cargo após derrotas eleitorais consecutivas e menos de um ano no comando, pouco antes de a direção do Partido Liberal Democrata (PLD), partido de governo, decidir sobre uma votação interna para definir nova liderança.

O país, que é a quarta maior economia do mundo e um aliado estratégico dos Estados Unidos, enfrenta agora desafios políticos e militares, incluindo tensões crescentes com a China e instabilidade regional. A saída de Ishiba evidencia o momento delicado que o Japão vive, com efeitos potencialmente duradouros na relação com os EUA e na política interna.

Um funcionário ajusta a bandeira dos EUA ao lado da bandeira japonesa pouco antes de entrevista coletiva com o presidente eleito Donald Trump e o então primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, em Nova York, reforçando a importância da parceria entre os dois países.

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Com informações do Jornal Diário do Povo

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