Trump ameaça restringir vistos do Brasil na Assembleia Geral da ONU

Nesta sexta-feira (5), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou estar “muito irritado” com o Brasil e sinalizou que pode restringir vistos diplomáticos de autoridades brasileiras que participarem da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. A ameaça ocorre em meio às tensões políticas e comerciais entre os dois países.

Relações tensas após tarifas e críticas

Durante coletiva na Casa Branca, Trump foi questionado sobre a possibilidade de cancelar vistos de autoridades brasileiras para o evento internacional. Ele respondeu: “Estamos muito irritados com o Brasil. Já aplicamos tarifas pesadas porque eles estão fazendo algo muito infeliz.”

A fala do mandatário se refere às tarifas de até 50% impostas aos produtos brasileiros em agosto, uma medida adotada pelo governo americano na época. Trump também criticou as ações do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que ele é vítima de uma “caça às bruxas” devido ao processo que responde no Supremo Tribunal Federal (STF).

Críticas ao governo brasileiro e possíveis sanções

Embora tenha declarado manter uma “ótima relação com o povo do Brasil”, Trump criticou o governo do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva de forma indireta. Ele afirmou: “O governo mudou radicalmente. Radicalmente para a esquerda. Isso está fazendo muito, muito mal. Vamos ver”, sem detalhar quais medidas adicionais poderiam ser adotadas.

A postura do governo americano de aplicar tarifas e ameaçar sanções diplomáticas faz parte de uma estratégia mais ampla de pressionar governos considerados adversários ideológicos. A possibilidade de restrições durante a Assembleia Geral, que reúne líderes globais, levanta preocupações sobre o impacto nas relações bilaterais e na imagem dos EUA como anfitriões de organismos internacionais.

Lula apelará pelo diálogo na ONU

Na terça-feira (2), o presidente Lula declarou que espera que Trump reconheça a necessidade de negociar as tarifas aplicadas ao Brasil, além de países como Índia e China. “Se o Trump quiser negociar, o ‘Lulinha paz e amor’ está de volta”, afirmou.

Segundo Lula, é necessário que o presidente americano perceba a importância de um diálogo: “Não tenho interesse em brigar com os EUA, quero que essa amizade de 200 anos possa conviver democraticamente por mais 200 anos.”

Recursos legais e reação brasileira às tarifas

Após o aumento das tarifas, o Brasil recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando que as medidas violam acordos internacionais. Lula afirmou: “Ele [Trump] tem direito de criar taxas, mas tem regras. Temos a OMC, e já utilizamos todos os mecanismos legais para defender nossos interesses.”

Impacto nas relações e possíveis desdobramentos

A movimentação de Trump e as ameaças de restrição de vistos representam uma rodada de tensão nas relações bilaterais, elevando o risco de episódios mais agressivos. O cenário também desafia a imagem diplomática dos EUA, que tradicionalmente buscam manter o papel de liderança nos eventos globais e na ONU.

O governo brasileiro permanece na expectativa de que o diálogo e as negociações possam prevalecer na ocasião, buscando evitar um agravamento do conflito diplomatico durante o encontro internacional.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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