Banco Central reforça que fintechs e Faria Lima são vítimas de crime organizado
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta sexta-feira (5) que as fintechs e instituições financeiras sediadas na Avenida Faria Lima, em São Paulo, são vítimas do crime organizado. A declaração acontece após o anúncio de medidas do BC para fortalecer a segurança do sistema financeiro brasileiro.
Medidas do Banco Central para fortalecer a segurança
Entre as ações, estão limites menores de transferência para instituições de pagamento não autorizadas, a obrigatoriedade de aprovação pelo BC de novas instituições financeiras com regras mais rígidas, e a confirmação de certificação técnica para operar no mercado. Segundo Galípolo, essas medidas visam reduzir as vulnerabilidades do sistema e garantir maior proteção aos usuários.
Criminosos usam a estrutura financeira sem responsabilidade
De acordo com o presidente do BC, “Faria Lima ou ‘fintechs’ são as vítimas do crime organizado”. Ele explicou que os criminosos se utilizam dessas estruturas para ações ilícitas, e não os bancos ou fintechs em si. “É um criminoso usando aquilo, não um banco ou fintech”, destacou Galípolo.
Desafios atuais e operações contra o crime
Galípolo reforçou que, com a digitalização dos serviços financeiros, o crime tornou-se mais opaco, dificultando o combate. “Antes, assaltos físicos eram mais evidentes; agora, com a movimentação virtual, há maior dificuldade, mas não há espaço para tolerância”, afirmou.
Investigações envolvendo fintechs e esquemas ilícitos
Na semana passada, uma megaoperação desarticulou esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis associado à facção Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação apontou o uso de pelo menos 40 fundos de investimento e diversas fintechs para lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e evasão fiscal, que totalizou mais de R$ 7,6 bilhões em impostos não pagos.
Recente cenário de ataques cibernéticos
Nos últimos meses, várias fintechs e empresas de tecnologia financeira tiveram problemas de segurança. A fintech Monbank foi vítima de ataque hacker que resultou no desvio de R$ 4,9 milhões, embora a maioria dos recursos tenha sido recuperada. Já a Sinqia, responsável pelo sistema PIX, anunciou um ataque que resultou em aproximadamente R$ 710 milhões em transações não autorizadas.
Em julho, a C&M Software, que conecta bancos ao sistema do BC, também relatou ter sido alvo de ataque à sua infraestrutura, demonstrando os riscos crescentes no ambiente digital.
Para o presidente do Banco Central, a prioridade é ampliar a segurança do sistema financeiro e avançar na fiscalização. “Não podemos tolerar qualquer tipo de vulnerabilidade que coloque em risco a estabilidade econômica e a proteção do consumidor”, concluiu Galípolo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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