Ministério da Agricultura suspende uso da vacina Excell L10 após mortes de animais

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) suspendeu nesta sexta-feira (4) a utilização da vacina Excell L10 após a mortandade de 612 animais em diversos estados do Brasil. As mortes estão associadas a lotes suspeitos do imunizante, produzidos pela Dechra Brasil Produtos Veterinários Ltda., que recolheu os lotes interditados em todo o país.

Cronologia das mortes suspeitas ligadas à vacina Excell L10

Primeiros relatos no Piauí

Em julho de 2025, produtores do Piauí começaram a relatar mortes súbitas de ovinos e caprinos após a aplicação da vacina Excell L10. Os sintomas apresentados pelos animais incluíam rigidez muscular, tremores e convulsões. A cidade de Padre Marcos contabilizou mais de 100 óbitos nesse período.

Suspeitas e suspensão do uso

Em 18 de agosto, o secretário de Agricultura de Padre Marcos afirmou à reportagem do g1 que a vacina poderia estar relacionada às mortes, especificamente nas cargas dos lotes 016/2024 e 018/2024. Dois dias depois, o Ministério da Agricultura determinou a suspensão imediata do uso desses lotes e iniciou uma investigação oficial.

Ampliação da investigação e novos casos

No dia 21 de agosto, casos foram registrados também no Ceará, com relatos semelhantes de mortes após a vacinação. Em 22 de agosto, o Mapa apreendeu os lotes suspeitos em todo o Brasil, interditou a fabricação e coletou amostras para análise laboratorial. Até o momento, quase 200 mortes suspeitas tinham sido notificadas.

Atualização do número de mortes

Na última sexta-feira, 3 de setembro, o Ministério atualizou o total de mortes suspeitas para 612, quase o dobro dos 308 registrados apenas dois dias antes. Os casos continuam sendo investigados em diversos estados, ampliando o escopo da crise.

Investigações em andamento e medidas adotadas

O Mapa realiza análises laboratoriais e auditorias na empresa responsável, a Dechra Brasil, que colabora com as autoridades e recolheu os lotes interditados. A causa exata das mortes ainda não foi confirmada, e não há prazo definido para a conclusão das investigações.

A produção da vacina foi suspensa preventivamente, e os canais oficiais permanecem abertos para relatos de novos casos. Os produtores e veterinários são orientados a registrar qualquer evento adverso por meio do sistema Fala.BR, e a notificar também pelo Sistema e-Sisbravet ou pelos contatos da Dechra.

Continuidade da vacinação e recomendações

Apesar da suspensão dos lotes suspeitos, o Ministério reforça a importância da vacinação contra a clostridiose para a saúde animal no Brasil. A entidade orienta que os produtores sigam colaborando com as notificações de eventos adversos, essenciais para os esforços de investigação e segurança do setor.

Segundo a pasta, a investigação detalhada deve esclarecer as causas das mortes, e novas informações serão divulgadas assim que disponíveis.

A reportagem do g1 traz detalhes completos sobre a cronologia das mortes e as ações do Ministério da Agricultura nesta matéria completa.

Com informações do Jornal Diário do Povo