Brasil deve ser menos afetado pelo tarifão, diz Galípolo

O presidente do Banco Central, Roberto Galípolo, afirmou nesta quarta-feira (11) que o Brasil tende a sofrer menos os efeitos de um possível tarifão americano devido à sua economia mais diversificada e menos dependente dos Estados Unidos. A declaração acontece em meio a debates sobre a disputa tarifária entre os dois países e o impacto na economia global.

Brasil menos vulnerável às tarifas americanas

Segundo Galípolo, enquanto a economia americana apresenta exuberância e crescimento de produtividade, o Brasil, por sua menor correlação com os EUA, possui vantagens estratégicas. “A economia brasileira, por ser mais diversificada e menos dependente da americana, leva vantagem neste momento”, destacou.

Ele também comentou que os investidores estão diversificando suas carteiras, incluindo ativos que funcionam como proteção contra a desvalorização do dólar, o que reforça a resiliência do Brasil perante tensões comerciais.

Situação na política monetária e expectativas

Galípolo reforçou que, apesar das incertezas relacionadas às tarifas, o mercado aponta para uma tendência de redução na duração do impacto inflacionário. O ministro do BC destacou que o aumento na oferta de produtos nacionais pode reduzir temporariamente os preços, embora esse efeito tende a ser passageiro.

O presidente do Banco Central também alertou para os riscos de desancoragem nas expectativas de inflação, especialmente no médio e longo prazo, que continuam desalinhadas da meta oficial. “Vemos uma alteração nas expectativas de inflação no curto prazo, mas elas permanecem bastante incômodas para o BC”, afirmou.

Negociações e desafios futuros

Nos bastidores, o governo Lula vem mantendo conversas com o secretário do Tesouro dos EUA na esperança de diminuir o impacto do tarifão. Segundo fontes, o diálogo busca encontrar uma saída negociada para a controvérsia comercial, que, de acordo com Galípolo, deve permanecer como tema de atenção para o BC.

Além disso, o presidente do BC alertou que a desvalorização do real, caso ocorra devido às tensões comerciais, pode gerar efeitos inflacionários de curta duração, mas também trazer dificuldades à geração de empregos em setores exportadores.

Perspectivas de longo prazo

Apesar das incertezas, Galípolo reforçou que a situação atual exige vigilância constante. Ainda há desafios relacionados à convergência das expectativas de inflação e à normalização da política monetária brasileira, que busca equilibrar juros altos e crescimento econômico.

Para ele, o esforço é compreender como reduzir as taxas de juros elevadas sem perder o dinamismo da economia, o que representa uma questão central para as próximas medidas do Banco Central.

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Com informações do Jornal Diário do Povo

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