Trump promete corrigir erro em tarifa sobre automóveis japoneses
O governo dos Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (8) que irá corrigir um erro considerado “extremamente lamentável” na sua política tarifária com o Japão. A promessa vem após a nona rodada de negociações realizada pelo principal negociador japonês, Ryosei Akazawa, que visitou Washington para tratar das sobretaxas aplicadas a automóveis e outros produtos japoneses.
Tarifas elevadas e tensões comerciais com o Japão
Em uma ordem executiva de 31 de julho, o governo Trump definiu um acordo com a União Europeia, mas também introduziu uma nova tarifa sobre o Japão, elevando a taxação sobre carne bovina exportada para os EUA de 26,4% para 41,4%. Ainda, uma série de tarifas acumuladas afetou produtos japoneses, especialmente automóveis, cuja tarifa atual está fixada em 25%.
Negociações e promessa de revisão
Akazawa afirmou que solicitou a redução das tarifas durante encontros com o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o secretário do Tesouro, Scott Bessent. Segundo ele, o governo dos EUA indicou que Donald Trump assinaria uma ordem executiva para corrigir o erro e diminuir as tarifas automotivas. “Trump assinaria uma ordem determinando a redução das tarifas automotivas e a correção da situação de tarifas acumuladas do Japão”, disse Akazawa.
Após essa promessa, o negociador japonês destacou que ainda não há uma data definida para a implementação das mudanças, mas que os EUA agiriam de forma “oportuna”.
Repercussões e críticas internacionais
Desde a assinatura do acordo comercial EUA-Japão no mês passado, diferentes vozes internas no Japão demonstraram insatisfação com as ações da administração Trump. Taro Kono, membro da Câmara dos Representantes japoneses, criticou duramente a abordagem dos americanos, afirmando que “Washington está atirando aleatoriamente e atingindo países aliados pelas costas”.
Autoridades japonesas também demonstraram irritação com as insinuações de controle dos US$ 550 bilhões em investimentos planejados pelo Japão e com a ideia de que 90% dos lucros dessas operações retornariam aos Estados Unidos, o que alimentou tensões nas negociações.
Perspectivas futuras na relação comercial bilateral
Segundo especialistas, a promessa de Trump de corrigir as tarifas é um passo importante para evitar uma escalada da guerra comercial entre os dois países. No entanto, o cenário permanece incerto, já que muitos detalhes ainda precisarão ser ajustados formalmente.
Para o ex-secretário-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, o Brasil deve buscar diálogo com os EUA em todos os níveis para defender seus interesses comerciais em um momento de instabilidade global, incluindo a questão tarifária com o Japão e outros parceiros.
A Casa Branca ainda não se pronunciou oficialmente sobre a data de implementação das correções prometidas, mas fontes próximas indicam que o presidente Donald Trump assinaria uma ordem executiva para regularizar a situação — uma decisão que ainda gera dúvidas e expectativas nos mercados e entre os parceiros comerciais.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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