Brasil espera movimento dos EUA para retomar diálogo sobre tarifas

O governo brasileiro aguarda uma mudança de postura dos Estados Unidos para retomar o diálogo sobre a sobretaxa de 50% nas exportações do país, que causa tensões desde julho. A expectativa é que a Casa Branca seja o próximo a dar um passo nesse sentido, após várias tentativas de negociação sem avanços concretos.

Contatos reservados e resposta ao questionamento dos EUA

Representantes dos governos dos dois países mantêm contatos sigilosos para discutir a questão comercial. Neste momento, o governo brasileiro prepara uma resposta ao questionamento de Washington, que abordará temas como acesso do etanol americano ao Brasil, corrupção, uso do Pix e propriedade intelectual, sobretudo na área de medicamentos. A resposta deverá ser apresentada no dia 18 próximo.

Incertezas sobre as áreas de negociação e influência política

Até o momento, os Estados Unidos não indicaram quais produtos ou setores pretendem negociar com o Brasil. Uma única certeza é a pressão de Donald Trump pelo término do processo no Supremo Tribunal Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, uma postura que o Palácio do Planalto e o Itamaraty consideram inaceitável.

Diálogo próximo entre Brasil e EUA

Uma notícia avaliada como positiva pelo governo brasileiro é a reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, marcada para a próxima quarta-feira. A conversa será feita por telefone ou videoconferência, mesmo após o ministro do STF, Alexandre de Moraes, ter decretado prisão domiciliar para Bolsonaro.

Reação dos EUA à prisão de Bolsonaro

O Departamento de Estado dos EUA manifestou descontentamento com a decisão de Moraes, que já é alvo de sanções americanas por supostos desrespeitos aos direitos humanos. Haddad admitiu a possibilidade de discutir a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes, enquanto Bessent declarou que Bolsonaro é vítima de uma “caça às bruxas”.

Histórico de contatos e participação do representante dos EUA

Desde o anúncio da sobretaxa, em 9 de julho, alguns contatos de alto nível foram feitos, mas sem avanços concretos. O vice-presidente Geraldo Alckmin dialogou com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e o chanceler Mauro Vieira esteve em Washington com o secretário de Estado, Marco Rubio. Para o governo brasileiro, a participação do representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, é fundamental, já que as negociações com os americanos normalmente são conduzidas pelo chefe do USTR.

Segundo analistas, a expectativa é que o próximo movimento venha dos EUA, especificamente da Casa Branca, para que as negociações sobre tarifas avancem. Enquanto isso, o Brasil busca manter canais de diálogo abertos, mesmo diante das tensões políticas e econômicas.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa no O Globo.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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