Embraer aposta na recuperação da tarifa zero para proteger empregos no Brasil
A Embraer, fabricante brasileira de aeronaves, manifestou confiança na possibilidade de zerar a atual tarifa de 10% aplicada pelos Estados Unidos sobre suas exportações de aviões e partes. A declaração foi feita nesta terça-feira (5) pelo diretor-executivo, Francisco Gomes Neto, durante apresentação dos resultados do segundo trimestre da companhia.
Perspectivas de redução da tarifa de 10%
Francisco Neto afirmou que o foco da Embraer é restaurar a tarifa zero, atualmente em 10%, após passar por um período de alta na taxação. “O nosso foco é realmente restaurar a tarifa zero. Ficamos muito felizes de passar de 50% a 10%, o que reduziu bastante o impacto para os nossos clientes. Estamos trabalhando com eles para fazer a entrega das aeronaves. Mas, em paralelo, estamos nos esforçando com afinco para restaurar a tarifa zero”, declarou.
Impacto na produção e empregos
A Embraer emprega aproximadamente 18 mil pessoas no Brasil. Desde abril, a empresa, que exporta metade da sua produção para os Estados Unidos, vem enfrentando uma tarifa de 10% determinada pelo governo americano, liderado pelo presidente Donald Trump. Apesar de o impacto atual corresponder a uma cobrança de US$ 65 milhões (cerca de R$ 350 milhões), a empresa destaca que essa é uma melhora significativa frente à ameaça de uma tarifa de 50%.
“Voltamos para uma situação mais gerenciável, tanto que já incluímos o impacto das tarifas nas nossas projeções financeiras. Estamos mantendo o nosso guidance [projeção] para o ano, e para atendê-lo temos que entregar todos os aviões que estão planejados. No momento, está completamente fora dos nossos planos qualquer tipo de alteração, redução de quadro por causa de redução de produção”, afirmou Neto.
Negociações e mercado americano
Francisco Neto acredita que negociações contínuas podem levar de volta à tarifa zero, assim como ocorreu nos últimos 45 anos. Ele citou esforços recentes do Reino Unido e da Europa nesse sentido e disse que as negociações estão ocorrendo tanto por intermédio do governo brasileiro quanto diretamente com os Estados Unidos.
Importância do mercado norte-americano
Os Estados Unidos representam o maior mercado de aviação do mundo, absorvendo cerca de 70% da demanda por jatos executivos da Embraer e 45% das aeronaves comerciais. Para reforçar sua presença, a empresa emprega quase 3 mil pessoas nos EUA, incluindo uma cadeia de fornecedores locais, totalizando 13 mil empregos.
A Embraer pretende investir aproximadamente US$ 500 milhões (R$ 2,8 bilhões) em Dallas, na Texas, e Melbourne, na Flórida, nos próximos cinco anos. A expectativa é contratar mais 5,5 mil funcionários até 2030, mesmo considerando a atual tarifa de 10%.
O executivo afirmou que, se o governo americano decidir incluir aviões militares, como o KC-390, na sua frota, a Embraer planeja um investimento adicional de US$ 500 milhões, com a criação de mais 2,5 mil postos de trabalho.
Perspectivas futuras e balanços
Segundo Neto, há uma boa expectativa de que a tarifa de 10% possa ser revertida para tarifa zero, principalmente devido à geração de empregos e investimentos nos EUA. A empresa projeta um saldo positivo de US$ 8 bilhões para os americanos até 2030, já que fabrica mais com compras do que com vendas no país.
O resultado do segundo trimestre divulgado pela Embraer indica forte desempenho: foram entregues 61 aeronaves, incluindo 19 jatos comerciais, 38 executivos e quatro militares. A projeção para o ano é de 77 a 85 aviões comerciais e de 145 a 155 jatos executivos. A carteira de pedidos atingiu uma marca histórica de US$ 29,7 bilhões.
Histórico e presença global
A Embraer, fundada em 1969, já produziu mais de 9 mil aeronaves para mais de 100 países e diversas forças armadas mundo afora. São 23 mil funcionários, sendo 18 mil no Brasil, com unidades em São José dos Campos, Sorocaba, Botucatu, Gavião Peixoto, além de operações em Florianópolis e Belo Horizonte.
Fora do Brasil, há uma fábrica em Portugal. Nos últimos anos, a companhia contratou 5 mil pessoas para atender à crescente demanda do mercado global.
Para mais detalhes, acesse a matéria completa no Site Agência Brasil.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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