Banco Central mantém juros em 15% e reforça cautela diante de incertezas externas
O Banco Central destacou na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira que o cenário externo, especialmente o tarifaço dos Estados Unidos sobre exportações brasileiras, aumenta a incerteza e torna a política monetária mais cautelosa. Apesar de manter a taxa Selic em 15% ao ano, o colegiado reforçou a necessidade de vigilância diante de um ambiente global turbulento.
Juros em 15% e cenário externo mais incerto
Na semana passada, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros, que atualmente é a mais elevada desde julho de 2006, após interromper um ciclo de alta que durou vários trimestres. Na ata, o BC afirmou que a avaliação predominante é de que a maior incerteza no cenário externo, influenciada pelo tarifão de Donald Trump, exige uma postura de cautela na condução da política monetária.
O documento reforça que o Comitê deve preservar a estabilidade na taxa de juros, aguardando a consolidação dos efeitos do ajuste já realizado. Segundo o texto, “caso o cenário esperado se confirme, o BC antecipa uma continuação na interrupção do ciclo de alta”, indicando que a possibilidade de redução dos juros ainda neste ano continua sendo avaliada, embora de forma cautelosa.
Mensagens de cautela e postura do BC
De acordo com a ata, o BC sinalizou que, dada a elevada incerteza, a prioridade é manter a estabilidade, permitindo a avaliação dos impactos acumulados das intervenções anteriores. “O cenário atual demanda uma política monetária significativamente contracionista por período prolongado, para assegurar a convergência da inflação à meta”, afirmou o comunicado.
O colegiado também reforçou que estuda o cenário fiscal brasileiro e acompanha de perto as imposições comerciais dos EUA, inclusive a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, reforçando a postura de cautela em meio ao ambiente global instável.
Perspectivas econômicas e inflação
O Copom reconheceu uma “certa moderação no crescimento” da economia nacional, considerado fundamental para que a inflação converja para a meta de 3,0%. Apesar disso, as projeções oficiais de inflação continuam distantes da meta, estimando 4,9% para 2025, 3,6% para 2026 e 3,4% para o primeiro semestre de 2027.
O BC alertou que o cenário de expectativa de inflação desancoradas e pressões no mercado de trabalho exige uma postura de política monetária firme e persistente por um período prolongado para garantir o controle dos preços.
Impactos e próximos passos
Especialistas avaliam que a comunicação do BC revela uma intenção de jogar para frente as expectativas de corte de juros, mesmo diante das tensões externas. A manutenção dos atuais 15% indica que o colegiado prefere aguardar sinais mais claros do impacto do cenário externo antes de iniciar um ciclo de redução.
O Banco Central afirmou ainda que seguirá atento às condições econômicas e que pode retomar o ciclo de ajuste caso o cenário sofra alterações significativas, reforçando sua postura de vigilância constante.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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