Tarifas dos EUA elevam preço da carne bovina e impactam setor agrícola brasileiro
As tarifas impostas pelos EUA e a intensificação das mudanças climáticas estão impulsionando os preços da carne bovina, afetando setor agrícola brasileiro e importadores internacionais. O setor da carne bovina prevê uma perda de US$ 1 bilhão em seis meses devido a essas tarifas, e busca apoio do governo Lula para mitigar os efeitos.
Impacto das tarifas dos EUA na carne bovina brasileira
O setor da carne bovina nos Estados Unidos enfrenta um cenário de aumento de preços, após anos de seca e condições climáticas adversas. Segundo dados do Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA, o preço da carne moída ultrapassou US$ 6 por libra em junho, enquanto bifes ficaram em torno de US$ 11,50 — os mais altos em uma década.
Apesar de a maior parte da carne consumida ser produzida internamente, os EUA importam bezerros jovens do México, essenciais para manter a produção. Desde novembro, o fornecimento desses bezerros tem sido interrompido intermitentemente devido à ameaça da mosca-da-bicheira, um parasita que prospera em climas mais quentes e tem relação com as mudanças climáticas (Source). Essa interrupção contribui para o aumento dos preços e a diminuição da oferta, afetando consumidores e exportadores brasileiros, como a JBS, maior exportadora de carne bovina aos EUA (Lauro Jardim).
Influência das mudanças climáticas na cadeia produtiva
A seca prolongada nas regiões produtoras, especialmente no sudoeste dos EUA, como o Vale de San Joaquin, tem agravado a crise de produção de carne. Segundo o meteorologista Brad Rippey, do USDA, a severidade dessas secas recorre e foi intensificada pelo fenômeno La Niña, que mantém o clima mais seco na região (Fonte).”
De acordo com o estudo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a temperatura global deve continuar elevada até 2050, restringindo regiões adequadas para criação de gado e ameaçando a produção de alimentos em escala mundial (Fonte).
Mercado em alta e desafios futuros
O aumento da demanda por carne bovina, impulsionado pelo consumo interno e externo, mantém os preços elevados. Uma bezerra nascida este ano pode ser vendida no próximo, ou utilizada para reprodução em 2026, em um ciclo que exige anos de planejamento, mesmo diante das altas taxas de juros e do aumento nos custos de insumos, como ração e equipamentos (Fonte).”
Além disso, as condições climáticas extremas, como calor intenso e secas severas, afetam a saúde e reprodução do gado, levando à redução do rebanho e aumentando os custos de produção. Pesquisadores alertam que, até 2050, menos regiões do mundo poderão ser adequadas para a criação de gado devido às mudanças climáticas (Fonte).
Medidas para mitigar o impacto
O governo dos EUA avalia medidas como exigir mais frutas na fabricação de sucos, iogurtes e sorvetes industrializados, para reduzir o efeito do tarifaço e equilibrar a cadeia produtiva (Fonte).
Enquanto isso, os pecuaristas têm buscado alternativas, como alimentar seus rebanhos com feno, e analisando possibilidades de compra de alimentos excedentes em setores afetados, como estratégia de enfrentamento à elevada temperatura e à seca, que devem persistir nos próximos anos (Fonte).
Com informações do Jornal Diário do Povo
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