Governo busca alternativas para mitigar impactos do tarifão nos setores alimentícios
O governo federal solicitou aos setores alimentícios afetados pelo tarifão imposto pelos Estados Unidos uma lista de produtos excedentes e os preços necessários para viabilizar compras governamentais ou para subsidiar a venda no mercado interno. A iniciativa visa compensar as perdas provocadas pelos 50% de sobretaxa que entram em vigor a partir do dia 6 de agosto.
Medidas de contingência em discussão após o tarifaço dos EUA
A solicitação foi realizada durante reunião no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), conduzida pelo vice-presidente e ministro do órgão, Gerald Alckmin. Participaram também ministros da Casa Civil, Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca, além de representantes de entidades do setor privado, como carnes, frutas, mel, pescados e café.
Segundo Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário, um plano de contingência só será anunciado após o dia 6, caso o governo não consiga negociar a redução ou exclusão de produtos da tarifa com os Estados Unidos. “Se a sobretaxa de 50% continuar, precisaremos atuar com compras públicas e subsídios para a venda no mercado interno”, afirmou.
Possíveis ações e desafios diante do tarifão
Entre as alternativas estudadas está a compra dos produtos perecíveis que deixarão de ser exportados, como mel, frutas e pescados. Além disso, o governo também considera subsidiar a venda no mercado interno para minimizar perdas e cobrir custos de produção.
De acordo com Teixeira, uma linha de crédito com juros subsidiados está sendo avaliada, enquanto a prioridade de setores como o de pescados é evitar o escoamento excessivo de peixes frescos e congelados, que podem ficar encalhados devido à nova tarifação.
Ceticismo dos empresários diante das medidas propostas
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), Eduardo Lobo, disse ao GLOBO que enviará ao governo uma lista de produtos excedentes na manhã desta segunda-feira, mas demonstrou ceticismo quanto à efetividade das ações. “A Conab compra produtos que já têm sobra de capacidade de escoamento, como peixes, mas há dúvidas sobre a capacidade do órgão de absorver esse volume”, afirmou.
Ele também destacou que o mercado brasileiro possui hábitos de consumo estabelecidos, e muitas espécies, como atum, pargo e lagosta, dificilmente seriam vendidas aqui, especialmente sem um plano de curto prazo para ações concretas.
Além da compra pública, a ideia de subsidiar a venda no mercado interno foi citada, mas Lobo explicou que o assunto não foi tratado na reunião e que essa não é uma solução viável devido à estrutura de consumo do país.
Desafios e expectativas para o futuro próximo
O setor de pescados, por exemplo, enfrenta dificuldades relacionadas à capacidade logística da Conab e à necessidade de soluções rápidas. “Precisamos de ações que garantam o sustento do setor nos próximos dias, não em 30 dias”, reforçou Lobo.
Outro ponto mencionado por empresários é a prioridade por parte do governo em criar uma linha de crédito de juros baixos para que empresas possam honrar seus compromissos financeiros. Uma medida bem-vista também é a inclusão do setor no programa Reintegra, que devolve parte das exportações ao exportador.
Ao final, o governo busca respostas rápidas para mitigar os efeitos do tarifão, que ameaça desestabilizar partes importantes da cadeia produtiva brasileira de alimentos.
Para mais detalhes, acesse a matéria completa no GLOBO.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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