Haddad garante medidas de apoio para setores afetados pelo tarifaço dos EUA

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que as medidas de ajuda aos setores afetados pelo tarifaço anunciado pelos Estados Unidos já estão «desenhadas e orçadas», dentro do arcabouço fiscal, e devem entrar em vigor nesta quarta-feira.

Medidas de apoio e impacto nas contas públicas

Haddad explicou que as iniciativas têm impacto primário, considerado pequeno dentro das regras fiscais, e envolvem linhas de crédito para setores afetados. Em entrevista à BandNews, o ministro afirmou que as ações já estão planejadas e que o governo pode criar mecanismos financeiros que não alteram o equilíbrio fiscal primário, como linhas de crédito adicionais.

“As medidas já estão desenhadas e orçadas, têm impacto primário pequeno, possível de acontecer dentro das regras fiscais, incluindo linhas de crédito para atender esses setores”, afirmou Haddad. Ele destacou ainda que, além do uso de despesas primárias do Orçamento, o governo pode recorrer a instrumentos financeiros alternativos para ampliar o suporte às empresas.

Negociações com os EUA e prazo de vigência

O governo brasileiro enfrenta uma semana decisiva na negociação em torno da taxação de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelos Estados Unidos na semana passada. Alguns setores, como o de suco de laranja e a aviação civil, ficaram de fora da medida, que começa a valer nesta quarta-feira.

Haddad reiterou a intenção de manter o diálogo com os EUA, incluindo uma reunião com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, prevista para esta semana. No entanto, afirmou que o Brasil não fará um acordo sob os atuais termos, considerando a validade da taxação como insustentável para o país.

“Não trabalhamos com data fatídica, vamos seguir negociando até conseguir um entendimento que atenda aos interesses do Brasil. Se os EUA insistirem na mesma postura, o acordo não acontecerá”, disse o ministro.

Perspectivas e cenário de negociações

Auxiliares do governo federal admitem que as chances de obter um alívio na taxação de 50% são remotas, e estão focados em finalizar o pacote de apoio às empresas afetadas. A expectativa é divulgar a estratégia de mitigação até quarta-feira, data de início das tarifas.

Segundo o representante de comércio dos EUA (USTR), Jamieson Greer, as novas tarifas impostas por Donald Trump são «praticamente definitivas», dificultando a realização de acordos em curto prazo, além de reforçar que negociações continuam difíceis.

“As tarifas globais determinadas pelo presidente Trump são praticamente definitivas, e é improvável que acordos sejam fechados nos próximos dias”, declarou Greer.

Mais informações sobre o tema podem ser conferidas no link original do O Globo.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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