Lula e Trump podem conversar sobre comércio, mas condições restritas
O governo brasileiro analisa a possibilidade de uma ligação telefônica entre os presidentes Lula e Donald Trump para discutir a sobretaxa de 50%, que deve afetar cerca de 60% das exportações do Brasil a partir desta quarta-feira. A conversa, se ocorrer, estaria condicionada a uma restrição ao tema econômico, sem outros temas políticos ou pessoais.
Movimentações diplomáticas e expectativas na política internacional
Na última sexta-feira, Trump declarou que Lula pode falar com ele “quando quiser”, ao passo que o presidente brasileiro afirmou estar aberto ao diálogo. Internamente, diplomatas brasileiros veem essa atitude como um “gesto” de abertura, mas com ressalvas quanto à efetividade e limites da eventual conversa. A prioridade do governo de Brasília é evitar riscos que possam prejudicar os interesses econômicos do país.
Cuidados e limites para a conversa
Segundo fontes próximas às negociações, há cautela sobre se Trump estaria disposto a limitar a conversa ao comércio bilateral, sem utilizar a crise como moeda de troca por questões políticas, especialmente relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Para que o diálogo aconteça, uma preparação prévia deverá ocorrer, com alinhamento sobre temas, quem ligaria para quem e o momento adequado.
Impacto na política e setor econômico
No âmbito doméstico, há uma preocupação de que, se a ligação der errado, os prejuízos sejam maiores do que a continuidade do conflito comercial. O governo entende que o risco de uma comunicação mal conduzida é alto, especialmente com setores econômicos já impactados pelo tarifão. Assim, a estratégia é evitar aparições públicas que possam agravar o impasse.
Contexto e cenário atual
Desde a divulgação da sobretaxa, em 9 de julho, o conflito ultrapassou o âmbito econômico e se tornou uma disputa de caráter político, após Trump afirmar que Bolsonaro estaria sendo perseguido por ministros do STF, o que agravou a crise. Nesse cenário, tudo parece estar nas mãos da Casa Branca, cuja postura será decisiva para o desfecho.
Diálogos já em andamento e próximos passos
Enquanto se aguarda uma decisão sobre a chamada, técnicos dos governos brasileiro e americano continuam em contato, embora sem instruções claras de Washington. Além disso, o chanceler Mauro Vieira se reuniu com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, há uma semana, em uma tentativa de avançar na agenda bilateral. No Brasil, o vice-presidente Geraldo Alckmin conversa com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prevê também dialogar com representantes do Tesouro americano.
Mais detalhes da condição do governo para o telefonema e os desdobramentos desse impasse podem ser conferidos na reportagem completa do O Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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