Lula tenta mitigar impacto das tarifas americanas antes do início da vigência

Com a entrada em vigor das tarifas de 50% sobre importações brasileiras marcada para quarta-feira (6), assessores do presidente Lula admitem que as chances de reverter a decisão de Donald Trump são remotas. O governo trabalha para concluir um pacote de socorro às empresas afetadas, com o objetivo de anunciar as medidas até a mesma data.

Negociações emperram e cenário externo reforça o impasse

A avaliação do Palácio do Planalto é de que não há espaço de manobra para tentar reverter a decisão do governo americano, que determinou tarifas globais na última semana. Apesar da abertura de alguns canais de diálogo nos últimos dias, a interlocução ainda não resultou em avanços significativos, segundo fontes do governo brasileiro.

Impacto de tarifas e expectativa de consequências econômicas

Especialistas alertam que esse tarifamento pode aprofundar a concentração das exportações brasileiras em produtos primários, além de prejudicar setores estratégicos. Ainda de acordo com fontes consultadas, cerca de 44,6% das exportações para os EUA poderão continuar livres das sobretaxas, devido às exceções da ordem executiva da Casa Branca.

O governo também analisa a possibilidade de oferecer algum alívio à folha de pagamento das empresas prejudicadas, embora esse tema ainda esteja em avaliação. Segundo auxiliares presidenciais, a prioridade é manter o dialogue aberto na esperança de abrir caminho para negociações futuras.

Brasil aguarda resposta de tentativa de diálogo com Trump

Apesar das dificuldades, Lula reforçou, durante evento do Partido dos Trabalhadores, a disposição do Brasil em negociar condições iguais, condenando a estratégia americana de vincular a disputa comercial a questões políticas. O presidente afirmou: “Queremos negociar igualdade de condições. Eles são muito maiores, com mais tecnologia e força econômica, mas queremos respeito ao nosso tamanho.”

O governo brasileiro busca ainda estabelecer um canal de comunicação com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, embora ainda não haja previsão de reuniões. A expectativa é de que as conversas sejam longas e exigem preparação prévia, para evitar impacto negativo na relação bilateral.

Investigação na Seção 301 e pressão de empresas

O único caminho que o governo considera viável no momento é a utilização da Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA, que autoriza investigações sobre práticas comerciais desleais. Segundo fontes, essa é a principal ferramenta para influenciar o andamento das tarifas, já que Trump justificou o tarifaço sob a justificativa de suspeitas de restrições às big techs americanas e de medidas de proteção diferenciado a países como Índia e México.

Empresas brasileiras e americanas afetadas devem intensificar esforços para influenciar a resolução do processo, que promete ser demorado. Ainda assim, há preocupação de que um resultado desfavorável ao Brasil possa ter efeitos duradouros na relação comercial com os EUA, muito além da simples imposição de tarifas.

Ponto de atenção na relação entre Brasil e EUA

Além do cenário comercial, o governo brasileiro avalia que essa disputa reflete uma tentativa de aproximação dos EUA com o bloco do BRICS, como forma de pressionar o país a alinhar suas políticas econômicas e estratégicas. A resposta do Brasil, segundo analistas, será manter os canais de diálogo abertos e buscar alternativas que minimizem o impacto para a economia brasileira.

Enquanto isso, o governo continua aguardando a finalização do pacote de socorro às empresas, que incluirá apoio do BNDES e possíveis medidas na folha de pagamento, com previsão de anúncio até amanhã. A expectativa é que o pronunciamento de Lula na TV seja uma oportunidade de reforçar a postura firme do país diante da postura dos americanos.

Para mais detalhes, confira o fonte original.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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