Trump impõe tarifa de 40% sobre reexportações indiretas dos EUA
transshippings. A iniciativa tem como objetivo reprimir as importações indiretas, muitas vinculadas à China, e reforçar a estratégia de restrição ao fluxo de produtos chineses no mercado americano.
Tarifa de 40% sobre reexportações indiretas e impacto na China
O decreto cobre mercadorias reexportadas por países como Vietnã, Vietnã, Malásia e outros do Sudeste Asiático, que anteriormente enviavam produtos chineses aos EUA de forma indireta. Essas remessas, conhecidas como transshippings, agora passarão a ser tributadas em 40%, além das tarifas existentes ao produto final.
Segundo especialistas, a China é a principal beneficiária dessa rede global de reexportações. Com a nova regra, as tarifas passam a valer na semana que vem e podem afetar tanto as cadeias de suprimentos quanto o comércio mundial. “As medidas comerciais são uma tentativa velada de isolar a China,” afirmou Stephen Olson, ex-negociador comercial dos EUA e hoje pesquisador no Instituto ISEAS-Yusof Ishak, em Cingapura.
Reações globais e estratégias dos países do Sudeste Asiático
Países como Vietnã e Malásia vêm reforçando inspeções para evitar que produtos chineses sejam enviados para os EUA sem a devida transformação. Esses países afirmam que o aumento nas importações de componentes chineses não significa necessariamente alteração substancial na origem das mercadorias, mas o governo americano busca garantir a fiscalização mais rigorosa, reforçando as regras de origem dos produtos.
O vice-ministro do Comércio da Malásia, Liew Chin Tong, comentou: “Todo mundo pode ter uma aspiração, mas quando a aspiração encontra a execução prática, teremos que esperar para ver.”
Contexto e possíveis consequências da medida
Especialistas avaliam que a restrição às reexportações pode gerar efeitos de longo prazo na cadeia de suprimentos global e alterar a estratégia das empresas multinacionais. Brad Setser, pesquisador no Conselho de Relações Exteriores, afirma que a definição de regras de origem pode impactar profundamente a estrutura de produção mundial.
Apesar do forte recuo nas tarifas de exportação da China recentemente, as ações de Trump indicam uma tentativa de criar uma estrutura mais rígida para controlar a origem de produtos enviados aos EUA. Isso ocorre após a China ameaçar suspender a exportação de terras-raras, essenciais para setores como automotivo, semicondutores e aeroespacial.
Desde o começo de sua ofensiva tarifária, Trump também tentou moderar o discurso, especialmente após resultados negativos no mercado de trabalho americano, apontados como consequência das tarifas pela própria administração.
Impacto na relação China-EUA e cenário internacional
Segundo analistas, as novas tarifas sinalizam uma tentativa de desacreditar a presença chinesa na cadeia de produção global. Contudo, há dúvidas se os EUA realmente conseguirão impor regras tão rígidas, dado o peso econômico da China e a reação de Pequim, que vem reforçando restrições às importações americanas e adotando mecanismos de retaliação.
De acordo com Priyanka Kishore, economista em Singapura, “a ausência de menção específica à China na medida pode refletir a busca do governo Trump por um acordo, mas ainda há forte resistência por parte de Pequim”.
Enquanto isso, países do Sudeste Asiático continuam avaliando estratégias para reduzir sua dependência da China, ao mesmo tempo em que monitoram as mudanças na política tarifária de Washington.
Para mais detalhes sobre o decreto de tarifas de Trump e o impacto nas cadeias globais de suprimentos, acesse a matéria do Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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