Hostilidade na hospedagem ameaça realização da COP 30 em Belém
Na próxima quarta-feira, 11 de agosto, haverá uma reunião de emergência convocada pela ONU para discutir a crise de hospedagem em Belém, 100 dias antes da realização da COP 30. A conferência do clima, que deve atrair delegações de vários países, enfrenta ameaça devido a preços exorbitantes cobrados por hotéis e residências, que podem comprometer a legitimidade e a realização do evento.
Preços extorsivos ameaçam a COP 30 em Belém
Segundo o embaixador André Corrêa do Lago, responsável pela parte diplomática da conferência, as tarifas de hospedagem estão “extorsivas”. A reportagem do Valor ressalta que os preços não se limitam aos hotéis, mas também se estendem a residências e opções alternativas de acomodação. Casos relatados incluem apartamentos ofertados ao preço de compra do imóvel, o que dificulta a participação de países, organizações e sociedade civil.
Impacto na participação internacional e social
Para garantir quórum e decisões legítimas, é necessário que ao menos dois terços dos países da ONU estejam presentes na conferência. Com preços abusivos, alguns países já ameaçam não comparecer ou enviar pequenas delegações, prejudicando a representatividade e a legitimidade da COP 30. Além disso, a participação da sociedade civil, que é a mais ampla em fóruns da ONU, também tende a diminuir, comprometendo a discussão ampla sobre as questões ambientais na Amazônia.
A responsabilidade do governo do Pará e os riscos de insucesso
Apesar dos alertas iniciais, o governo do Pará não conseguiu ampliar significativamente a oferta de hospedagem. Iniciativas tomadas até agora não foram suficientes, com tarifas chegando a ser até 20 vezes maiores que o normal. Essa situação pode prejudicar também a imagem do Brasil e a realização da COP 30 na região, já que há cancelamentos de eventos paralelos por causa do alto custo da hospedagem, além de potencializar o risco de insucesso do evento.
Repercussões ambientais e políticas
O atraso na resolução desse problema afeta além do aspecto econômico, questões ambientais e de segurança, essenciais para a biodiversidade amazônica. Afeta ainda os esforços de combate ao crime ambiental, que já vive uma crise de crescimento no garimpo ilegal e na atuação de balsas na região, segundo o Greenpeace. A situação desigual e a dificuldade de inclusão de países pobres podem comprometer a efetividade das decisões globais sobre o clima na Amazônia.
Próximos passos e impactos futuros
A reunião de emergência visa encontrar soluções imediatas para ampliar a oferta de hospedagem e evitar que o evento seja suspendido ou tenha sua legitimidade comprometida. No entanto, especialistas alertam que as respostas até o momento são insuficientes e que a crise revela uma gestão desastrosa do evento pelo governo brasileiro e do Pará. O cenário coloca em risco a realização da primeira COP amazônica, com impactos duradouros na imagem do Brasil no cenário internacional.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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