Lula acusa Trump de não querer diálogo e mantém tarifas de 50% contra produtos brasileiros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quinta-feira (24) que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não deseja dialogar com o Brasil sobre a suspensão da sobretaxa de 50% aplicada a produtos nacionais. As tarifas estão previstas para entrar em vigor em 1º de agosto, enquanto as negociações entre Brasil e EUA permanecem estagnadas.

Pressão e resistência dos EUA na questão comercial

Trump anunciou no início do mês a aplicação da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, enviando uma carta pública a Lula para comunicar a decisão. Segundo o ex-presidente, a justificativa dada pelo Donald Trump foi “parte pelos ataques insidiosos do Brasil contra as eleições livres e os direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos”.

Em resposta, Lula chamou a carta de “um desaforo desrespeitoso com o Brasil” e afirmou: “A única coisa que eu peço ao governo americano é que respeite o povo brasileiro como eu respeito o povo americano”.

Negociações e obstáculos diplomáticos

Enquanto países como Reino Unido, China, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão já firmaram acordos para evitar tarifas, o Brasil ainda não conseguiu avançar nas negociações com os EUA. Segundo fontes do governo Lula, a resistência americana se dá principalmente porque Washington deseja incluir questões relacionadas ao Judiciário brasileiro, como processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e apoiadores, além da regulação das plataformas digitais pelo Supremo Tribunal Federal.

Posição do Brasil na mesa de conversas

O governo Lula mantém a posição de que as negociações devem se limitar à questão comercial, excluindo qualquer medida relacionada ao sistema judicial ou às políticas internas brasileiras. “O que está sendo colocado pelas autoridades americanas é visto como chantagem por pessoas a par do assunto em Brasília”, avaliam interlocutores do Palácio do Planalto.

Perspectivas futuras e possíveis ações

Embora o Brasil preferisse que os EUA adiassem a entrada em vigor da sobretaxa em dois ou três meses, as perspectivas de avanço nas negociações permanecem pessimistas. Uma possibilidade estudada pelo governo é o envio de uma missão diplomática a Washington para tentar destravar o diálogo, mas ainda não há decisão formal nesse sentido.

Na próxima semana, um grupo de senadores brasileiros viajará a Washington para reuniões com empresários e parlamentares, mas até o momento, não há previsão de encontros oficiais com representantes do governo americano. Segundo analistas, qualquer tratativa só terá progresso se Trump autorizar a abertura de um canal de diálogo.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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