Tarifa de 76,4% ameaça exportação de carne brasileira aos EUA

As exportações de carne bovina do Brasil para os Estados Unidos sofreram uma forte redução em julho, após o anúncio do aumento da tarifa por parte do governo americano. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Carne (Abiec), o volume de vendas caiu 61,8% em relação a abril, mês recorde de exportações em 2025.

Impacto das tarifas nas vendas de carne brasileira para os EUA

Em abril, o Brasil enviou 44.164 toneladas de carne bovina in natura aos Estados Unidos. No entanto, após o anúncio de Donald Trump de uma sobretaxa de 10%, as exportações caíram para 27.413 toneladas em maio e, em junho, para 18.232 toneladas. Até o dia 21 de julho, o volume vendido foi de apenas 9.745 toneladas.

Isso ocorre após o presidente dos EUA anunciar, em julho, que a tarifa subiria para 50% a partir de 1º de agosto. Com a inclusão dos 26,4% estabelecidos pelos acordos de quota, a tarifa total pode chegar a 76,4%, impactando duramente as exportações brasileiras.

Redução nas exportações e limitações da cota de vendas

Apesar da forte queda em julho, as exportações brasileiras no primeiro semestre de 2025 totalizaram 156 mil toneladas, o maior volume já registrado desde 1997, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

A cota permitida para o Brasil vender carne sem tarifação é de 65 mil toneladas por ano. Assim que essa cota é atingida, as novas vendas ficam sujeitas à tarifa padrão de 26,4%, que passou a ser de 36,4% após o aumento de abril. Com o novo tarifamento, a tarifa total prevista para agosto é de 76,4%.

Consequências da tarifa de Trump para o setor

Especialistas alertam que o aumento das tarifas afetará o volume de vendas, tornando a carne brasileira mais cara para os consumidores americanos. Empresários do setor de exportação também enfrentam dificuldades para manter o mercado, que é um dos principais destinos das carnes brasileiras.

Segundo dados da Abiec, as tarifas elevadas podem desacelerar o crescimento das exportações brasileiras e favorecer fornecedores de outros países, como Austrália e Argentina. Em nota, a entidade afirmou que o impacto da tarifa será sentido na competitividade do produto brasileiro nos EUA.

Perspectivas futuras e alternativas

O setor brasileiro de carne busca alternativas para mitigar os efeitos do tarifaço, como ampliar os mercados na Ásia e na Europa. O governo também acompanha a situação de perto e avalia possíveis negociações para reduzir o impacto das tarifas.

A tendência, segundo analistas, é que o setor precise se adaptar às novas condições do mercado externo, diversificando seus destinos de exportação e buscando melhorias na eficiência de produção.

Para saber mais sobre os impactos do tarifaço na exportação de carne brasileira, acesse g1.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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