EUA ameaçam Brasil com tarifas e citam risco à segurança nacional

O governo dos Estados Unidos enviou uma carta a Sergio Lula, anunciando a possível imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A mensagem, divulgada por Trump em uma rede social na última quarta-feira (9), repete um padrão de textos enviados anteriormente a outros 21 países, com um trecho que afirma que tarifas seriam necessárias por “riscos à segurança nacional dos EUA”.

Repetição de conteúdo padrão e riscos à segurança

O documento contém um parágrafo idêntico ao enviado a outros países, no qual Trump afirma que “se o Brasil decidir aumentar suas tarifas, elas serão somadas às já cobradas”. Ele justifica as ações dizendo que os aumentos tarifários corrigiriam “anos de tarifas, políticas não tarifárias e barreiras comerciais do Brasil”, que supostamente causam um déficit comercial “insustentável” e ameaçam a segurança nacional norte-americana. Fonte

No entanto, essa informação está incorreta. Desde 2009, o Brasil exporta mais do que importa nos Estados Unidos, acumulando um déficit de aproximadamente R$ 484 bilhões em relação ao país ao longo desse período, o que contradiz a alegação de um “déficit insustentável”.

Reação do governo brasileiro

Representantes do Itamaraty consideraram a carta uma “cópia e cola”, indicando que o texto foi elaborado de forma apressada e sem verificação dos dados. Uma fonte do ministério afirmou que o conteúdo, especialmente o parágrafo padrão, não condiz com a realidade das relações comerciais bilaterais.

O governo brasileiro anunciou que devolveu a carta ao embaixador dos EUA, além de criticar a divulgação do documento via rede social por Trump. Em entrevista ao Jornal Nacional, Lula classificou a ação como “inaceitável” e afirmou que Portugal buscará a Organização Mundial do Comércio (OMC) para resolver a questão. Leia mais

Conteúdo ofensivo e acusações

Na carta, Trump também criticou decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que o Brasil viola a liberdade de expressão e promove censura digital, citando o bloqueio de plataformas como o Rumble e X. Além de mencionar o ex-presidente Jair Bolsonaro, Trump alegou que o relacionamento comercial entre os dois países não é recíproco, o que reforça uma narrativa de conflito e desconfiança.

Conflito diplomático e próximas ações

Analistas avaliam que a imposição de tarifas e o conteúdo da carta aumentam a tensão entre Brasil e Estados Unidos, especialmente após o encontro do G20. O governo brasileiro deve buscar mecanismos internacionais enquanto mantém a posição de resistência às pressões americanas, buscando também esclarecer e corrigir informações equívocas divulgadas na carta.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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