Transportadoras cobram R$ 104 milhões em atrasos pelos Correios
Os Correios atravessam uma das piores crises financeiras de sua história, com sucessivos prejuízos e atrasos nos pagamentos às transportadoras. Ao menos 41 empresas protocolaram na Justiça Federal pedidos de cobrança de R$ 104 milhões referentes a faturas não quitadas desde o início de 2025, prejudicando a entrega de encomendas em todo o país.
Impacto nos serviços e dificuldades financeiras
Segundo levantamento do g1, processos envolvendo 58 das 79 empresas terceirizadas revelaram valores que variam de R$ 80 mil a R$ 34 milhões. A média das faturas cobradas é de aproximadamente R$ 2,5 milhões por empresa.
Com o atraso nos pagamentos, algumas dessas empresas iniciaram paralisações e reduziram o volume de veículos em circulação, agravando o atraso na entrega de encomendas. A crise financeira dos Correios começou a afetar diretamente a rotina de milhões de consumidores, principalmente após a decisão de diversas transportadoras de buscar na Justiça o recebimento de valores devidos.
Grandes empresas em atraso e reações na Justiça
Entre as maiores devedoras está a Sideral Linhas Aéreas, responsável por voos de transporte de encomendas para várias regiões do Brasil, com contratos que totalizam aproximadamente R$ 390 milhões. Em petição de maio, a empresa relatou um atraso de R$ 34 milhões, o que prejudica sua fluxo de caixa e a manutenção dos contratos.
De acordo com a Justiça Federal, 32% dos pedidos foram totalmente acatados, permitindo às empresas realizar paralisações e cobrar os valores atrasados. Outros 23% tiveram decisões parciais, suspendendo apenas penalidades contratuais, enquanto em 8 casos os pedidos foram indeferidos.
Justificativas dos Correios e o cenário atual
Os Correios alegam que todos os fornecedores enfrentam atrasos devido à crise financeira da estatal. Em nota oficial, a empresa afirmou que tenta solucionar as pendências por meio de pagamentos graduais e negociações, garantindo a continuidade dos serviços.
“A prestação de serviços de transporte tem ocorrido dentro da normalidade, com cumprimento dos percentuais mínimos de rotas necessárias”, informou a estatal. No entanto, as empresas relataram que a falta de pagamento gerou dificuldades na manutenção das operações, incluindo o pagamento de custos fixos, como pedágios e salários.
Recentes desdobramentos e demissão do presidente
No dia 4 de julho, o presidente dos Correios, Fabiano Silva, entregou uma carta de demissão ao Palácio do Planalto, após pressões internas e externas relacionadas à crise financeira e à insatisfação com o gerenciamento. A saída de Silva ainda não foi oficializada formalmente, aguardando uma conversa final com interlocutores presidenciais.
Com o agravamento da crise, o governo enfrenta dificuldades para estabilizar a estatal, enquanto as transportadoras continuam cobrando pelos valores atrasados e alertam para o risco de paralisações que poderiam piorar o cenário de atrasos nas entregas pelo país.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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