Economia da Argentina cresce 0,8% no primeiro trimestre de 2025

A economia da Argentina cresceu menos do que o esperado no primeiro trimestre de 2025, sinalizando uma recuperação mais gradual do que previam os analistas. O Produto Interno Bruto (PIB) teve um aumento de 0,8% em relação ao trimestre anterior, abaixo da estimativa mediana de 1,5%, conforme dados divulgados pelo governo nesta segunda-feira.

Desempenho trimestral e perspectivas anuais

Em comparação ao mesmo período de 2024, a economia argentina apresentou crescimento de 5,8%. Apesar de estar abaixo da previsão de 6,1% feita pelos economistas consultados pela Bloomberg, o resultado marca o terceiro trimestre consecutivo de expansão econômica no país.

Fatores que influenciaram o crescimento

Ao longo do primeiro trimestre, o aumento das importações, aliado à redução nas exportações e aos gastos contidos do governo, moderaram a retomada econômica. Ainda assim, a recuperação dos salários e a expansão do crédito impulsionaram o consumo das famílias, que cresceu 2,9% em relação ao trimestre anterior.

Na mesma linha, a inflação desacelerou para 1,5% em maio — o menor valor dos últimos cinco anos — enquanto os preços no atacado registraram deflação pela primeira vez desde a pandemia, sinais de controle inflacionário em meio às políticas austeridade adotadas por Javier Milei no início de 2024. Segundo ele, a estratégia de desvalorização cambial e o corte de gastos públicos afetaram inicialmente o consumo, mas impulsionaram a recuperação em médio prazo.

Medidas econômicas e acordo com o FMI

Desde o início do ano, a Argentina firmou um acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional, que inclui flexibilizações nos controles cambiais e de capitais. A moeda, o peso, permanece estável, com o governo intervindo de forma moderada no mercado futuro. Uma missão do FMI visitará Buenos Aires nesta semana para avaliar o desempenho econômico e liberar mais US$ 2 bilhões, complementando os US$ 12 bilhões já desembolsados.

Previsões e expectativas para 2025

Segundo economistas consultados pelo banco central argentino, a previsão de crescimento para o país neste ano é de 5,2%. As medidas de ajuste, combinadas à maior disponibilidade de crédito, sustentam as expectativas de uma recuperação contínua, mesmo que moderada, na trajetória econômica do país.

A expectativa de crescimento, aliada à estabilização do peso e às reformas implementadas, reforça a esperança de uma retomada sólida, embora ainda gradual, da economia argentina neste cenário de ajustes fiscais e monetários.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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