Argentina avalia medidas ainda mais rigorosas de ajuste fiscal
O governo da Argentina sinalizou, nesta sexta-feira (20), que está considerando a implementação de medidas mais rigorosas de ajuste fiscal para atingir a meta de superávit de 1,6% do PIB, confirmou o ministro da Economia, Luis Caputo. A decisão vem após indicações de que o presidente Javier Milei ordenou esforços adicionais para reforçar a disciplina nas contas públicas.
Reforço nas ações de austeridade na Argentina
Caputo confirmou, através da plataforma X, que o governo está analisando medidas mais profundas de contenção de gastos. “É verdade”, afirmou o ministro, reforçando a narrativa de que o Executivo está comprometido em cumprir as metas fiscais estabelecidas. A medida foi posteriormente compartilhada pelo próprio Milei, indicando alinhamento na política econômica.
O fortalecimento do compromisso com a austeridade visa garantir a manutenção do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), especialmente após a obtenção recente de um empréstimo de US$ 20 bilhões — o maior desde que Milei assumiu, em dezembro de 2023. A primeira parcela de US$ 12 bilhões foi liberada poucos dias após o acordo.
Contexto econômico e desafios atuais
Apesar das melhorias nos indicadores econômicos recentes, a Argentina enfrenta dificuldades, como a queda de 1,7% do PIB em 2024, seu primeiro ano sob a gestão de Milei. O país também vive uma crise social, com aumento na pobreza — embora tenha registrado uma queda de 52,9% para 38,1% da população nessa condição no segundo semestre de 2024, cerca de 11,3 milhões de pessoas.
As medidas de austeridade recentemente adotadas incluem o corte de gastos federais, interrupção de repasses para estados e retirada de subsídios essenciais, como tarifas de água, gás e transporte. Essas ações geraram protestos entre servidores públicos e aposentados, além de impacto direto na inflação e nos preços ao consumidor.
Medidas adicionais e perspectivas futuras
A reportagem do jornal El Cronista revelou que Milei ordenou aos ministros de sua equipe que implementassem cortes adicionais, mesmo com a Argentina apresentando superávits fiscais mensais consistentes — superávit primário de 0,8% do PIB e superávit financeiro de 0,3% nos primeiros cinco meses do ano.
Embora ainda não tenham sido detalhados os valores dessas novas ações, as medidas devem ser apresentadas oficialmente nos próximos dias, seguindo a diretriz de adotar ajustes para garantir o cumprimento das metas fiscais e a sustentabilidade da dívida externa do país.
Impactos políticos e econômicos
A estratégia busca restaurar a confiança do FMI e de investidores internacionais, essenciais para a recuperação econômica. No entanto, a resistência social ao rigor das reformas mantém-se elevada, criando um cenário de tensão política e social no país.
Analistas avaliam que o caminho para a estabilização econômica argentina ainda enfrenta desafios consideráveis, incluindo o alto nível de pobreza e as tensões sociais decorrentes do ajuste fiscal severo. A implementação dessas medidas será determinante para o futuro econômico da nação.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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