Governo proíbe pagamento por coleta de íris de startup

O governo federal, por meio da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), proibiu a ‘oferta de criptomoeda ou de qualquer outra compensação financeira’ pelo escaneamento de íris, segundo comunicado divulgado na última sexta-feira (24). A medida passa a valer a partir deste sábado (25).

O World ID é um projeto de criptomoeda e identidade digital que visa criar uma forma ‘única e segura’ de identificar indivíduos em todo o mundo, ao oferecer uma “prova de humanidade” em um ambiente cada vez mais povoado por bots criados por inteligência artificial. A iniciativa é liderada pela startup TFH (Tools for Humanity), fundada pelo CEO da OpenAI.

A coleta de íris dos brasileiros começou em novembro do ano passado em centros comerciais na capital de São Paulo, e atraiu entusiastas de inovação tecnológica bem como pessoas interessadas apenas em receber uma quantia equivalente a meio salário-mínimo, com pagamentos em parcelas prometidas ao longo de um ano.

A ANPD, órgão do governo brasileiro responsável por regular e fiscalizar a proteção de dados pessoais, já tinha instaurado um processo de fiscalização no último dia 11 de novembro para verificar o projeto, como noticiou a Bloomberg Línea na época.

Após dois meses de pedido de esclarecimentos e análise do caso, o regulador decidiu, desta vez, aplicar “medida preventiva à TFH para suspender a oferta de criptomoeda ou de qualquer outra compensação financeira pela coleta de íris de titulares de dados no Brasil”, segundo nota divulgada em seu site no final da tarde de ontem.

Airdrop, alvo do regulador brasileiro
Quando uma criptomoeda é lançada, o incentivo dado para estimular o uso e a adoção da moeda é comumente conhecido como airdrop: uma distribuição gratuita de tokens ou criptomoedas para os usuários, geralmente com o objetivo de promover a adoção e o uso da moeda. O app do World ID informa ser opcional a escolha pelo usuário do recebimento do airdrop.

Com informações da Reuters

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