“Olho preguiçoso” pode causar perda definitiva da visão em crianças

Ambliopia, popularmente conhecida como “olho preguiçoso”, ocorre quando a visão em um ou em ambos os olhos não se desenvolve corretamente nas crianças. A doença é detectada por meio da medida da acuidade visual. Médicos na área de oftalmologia reforçam a importância do diagnóstico precoce por meio da campanha Em busca do “Olho Preguiçoso”, promovida pelo Conselho Latinoamericano de Estrabismo (CLADE). Quando não identificada precocemente e sem o tratamento adequado, a situação pode levar à perda definitiva da visão em crianças.

O tratamento para o problema é o uso do tampão ocular no olho “bom” para o estimular o desenvolvimento no cérebro da visão do “olho preguiçoso”. Além disso, também pode ser incluído o uso de óculos. No Piauí, o médico do Vilar Hospital de Olhos, Dr. David Kirsch, está à frente da iniciativa e pontua que “é imprescindível que a doença seja identificada ainda na infância para melhor efeitos de tratamento. No caso do olho preguiçoso, conseguimos tratar até, aproximadamente, os 7 anos de idade. É o período em que o olho ainda está se desenvolvendo. Se não for tratado na infância, a baixa de visão será permanente pelo resto da vida. Por isso, existem adultos com baixa de visão por ambliopia”, explica.

Em termos mais didáticos, ao nascer a criança não sabe enxergar, andar ou falar. Dentro disso, precisa aprender a enxergar.

“E, para isso, a imagem precisa chegar corretamente no olho dessa criança para que o cérebro entenda o que ela vê e desenvolva bem. Qualquer coisa que atrapalhe a chegada dessa imagem pode provocar o problema. São vários os fatores, como a catarata, diferença de graus elevados entre os olhos, entre outros”, pondera o Dr. David Kirsch. “Por isso, o diagnóstico precoce, durante todo o ano, é o alerta central dessa campanha”, reitera.

É indispensável o acompanhamento do desenvolvimento visual desse público, principalmente porque perceber que a criança enxerga apenas de um olho é algo difícil, observa o médico. Isso porque “as crianças não têm essa percepção e, por isso, é fundamental um exame de rotina. O teste do olhinho e uma consulta no primeiro ano de vida fazem a diferença”, reforça. Ele também complementa ao salientar que alguns testes podem ser feitos em casa, na escola ou outros ambientes nos quais a criança esteja presente. É possível ver “se têm dificuldade no colégio para enxergar algo na lousa e você pode tampar um dos olhos dela para verificar se há incomodo dessa criança. Contudo, a consulta com especialista é fundamental”, orienta.

Importância da iniciativa

A campanha é organizada em 20 países, o que inclui o Brasil. Cada país tem o seu responsável para dar execução a essa iniciativa social e educativa. Além disso, em cada estado existem os delegados para conduzir todo o plano de ação regionalmente. Em suas bases educativas, a campanha “visa o diagnóstico precoce e repassar informações à população sobre o tema”, destaca o médico.

No Piauí, será realizada a palestra “Principais alterações oculares na infância: como diagnosticar e prevenir” com o Dr. David Kirsch. O momento ocorrerá no auditório do Vilar Hospital de Olhos no dia 6 de novembro, às 19h.

Homenageado da edição

Nesta edição, o homenageado é o médico oftalmologista Pedro Morales, venezuelano. Especialista em retina, tem importante papel na região em que reside, no campo da oftalmologia e, sem dúvida, os impactos positivos pelas suas contribuições com pesquisas na área se mantêm relevantes.

Com informações da Ascom

talvez você goste