Trump intensifica pressão por troca no comando do Fed enquanto Powell mantém juro
Nesta sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reforçou sua pressão sobre o Federal Reserve, pedindo a redução substancial das taxas de juros e questionando a independência do banco central. Mesmo diante de ataques e tentativas de influenciar suas decisões, Jerome Powell manteve a política de manter as taxas inalteradas pela quinta vez consecutiva, em meio a tensões crescentes com o governo.
Fed mantém juros pela quinta vez consecutiva
O Federal Reserve anunciou nesta sexta-feira que decidiu manter as taxas de juros entre 5,25% e 5,50%, contrariando as solicitações de Trump por cortes mais agressivos. A decisão ocorreu após uma série de críticas do presidente, que acusou Powell de tomar decisões “erradas” e pediu sua renúncia, além de sugerir que o conselho do Fed deveria assumir o controle do banco central.
Pressão política e tentativa de substituição no Fed
Na mesma sessão, foi confirmada a saída de Adriana Kugler do conselho do Fed, mandato que iria até janeiro de 2026. A saída foi interpretada como uma oportunidade para Trump indicar um novo membro mais alinhado às suas demandas por juros menores. Trump afirmou estar “muito feliz” com a vaga aberta, alegando que Kugler saiu por discordar de Powell sobre a política de juros, embora suas posições públicas tenham sido compatíveis.
Declarações e ataques de Trump ao Fed
Desde a decisão de manter os juros, Trump intensificou seus ataques ao presidente do Fed, Jerome Powell. Em redes sociais, pediu que o banco cortasse as taxas e afirmou que, se ele persistisse na recusa, o Conselho de Administração deveria assumir o controle da política monetária. Além disso, ameaçou demitir Powell, dizendo que o faria “num piscar de olhos”, embora tenha admitido posteriormente que aguardaria o fim do mandato.
Durante entrevista à Newsmax, Trump afirmou que provavelmente não destituirá Powell antes do término do mandato, por receio de que isso “perturbasse o mercado”, mas reforçou a intenção de substituí-lo futuramente. “Eu o removeria num piscar de olhos, mas dizem que isso perturbaria o mercado”, declarou.
Reação dos mercados e posicionamento do Fed
Por sua vez, Powell reforçou a mensagem de cautela, sinalizando que o Fed avalia de perto os efeitos das tarifas comerciais impostas pelo governo e que a decisão de setembro sobre a redução dos juros ainda não está definida. Especialistas e investidores preveem, no entanto, dois cortes até o final do ano. Na mesma linha, dois membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), Christopher Waller e Michelle Bowman, votaram contra a decisão de manter as taxas, marcando a primeira divergência desde 1993.
Perspectivas futuras e cenário político
Segundo fontes, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, espera que Trump anuncie o substituto de Powell até o final do ano, indicando que uma nova nomeação deve reforçar as pressões por juros menores. Especialistas do mercado avaliam que a interferência política no banco central pode comprometer a autonomia da instituição, afetando a credibilidade da política econômica americana.
O cenário demonstra o aumento da tensão entre o Executivo e o Banco Central dos EUA, com Trump buscando influenciar diretamente decisões de política monetária. Enquanto isso, Powell e os membros do Fed continuam a atuar na tentativa de manter a estabilidade econômica, apesar das pressões políticas internas.
Por fim, a disputa evidencia o momento delicado do cenário macroeconômico americano, onde interesses políticos e a necessidade de combate à inflação e ao crescimento sustentado se confrontam.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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