PIB do Brasil pode perder até R$ 175 bilhões com tarifa de 50% de Trump

O dólar opera em alta de 0,37%, cotado a R$ 5,5404, enquanto o Ibovespa registra uma leve valorização de 0,04%, aos 133.867 pontos, nesta sexta-feira (24).

Impactos econômicos das tarifas americanas

Segundo estudo divulgado por especialistas, o potencial aumento de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pode ocasionar uma perda de até R$ 175 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do país. A ameaça de retaliações comerciais aumenta a incerteza no mercado e gera cautela entre investidores.

Expectativas e negociações internacionais

O momento é de expectativa quanto às negociações envolvendo os Estados Unidos e a União Europeia, que podem estabelecer tarifas de 15% para o bloco europeu, conforme indicaram diplomatas europeus ao Financial Times. Enquanto isso, os EUA já assinaram tratados comerciais com Japão, considerado por Trump como o “maior da história”, e com Filipinas, sem avanços concretos nas negociações com o Brasil.

Reações do Brasil e o cenário diplomático

O Itamaraty confirmou na quarta-feira (23) que condenou as tarifas de Trump, classificando-as como “arbitrárias” e “caóticas” em pronunciamento na Organização Mundial do Comércio (OMC). O presidente Lula afirmou nesta quinta-feira (24) que Trump não quer dialogar sobre a tarifa de 50%, que deve entrar em vigor em 1º de agosto. “Se o líder americano quiser conversar, o Brasil está pronto”, declarou.

Na visão do governo brasileiro, a ausência de canais de negociação diretos com os EUA revela a falta de abertura por parte de Trump, dificultando uma eventual solução. Assessores presidenciais disseram que o próprio Trump indicou a intenção de “punir” o Brasil, o que aumenta as preocupações de que as tarifas possam prejudicar significativamente a economia nacional.

Repercussões no mercado financeiro

Apesar do cenário de tensão, o mercado financeiro mantém alguma estabilidade. O dólar acumulou uma queda de 1,21% na semana, e no mês registra alta de 1,59%, levando a uma queda de 10,68% no acumulado do ano. O Ibovespa, por sua vez, apresenta alta de 0,27% na semana e recuo de 3,69% no mês, mas mantém avanço de 11,18% no ano.

Perspectivas futuras

Com o prazo de 1º de agosto se aproximando, poucos países fecharam acordos comerciais com os EUA, sendo a negociação com a União Europeia a mais destacada, com avanço na proposta de tarifa de 15%. Os demais movimentos indicam uma fase de alta tensão nas relações comerciais internacionais, com riscos de efeitos profundos para a economia brasileira caso as tarifas sejam efetivamente aplicadas.

O governo brasileiro reforça a postura de resistência às tarifas e busca manter canais de diálogo abertos, embora reconheça a complexidade do cenário. A expectativa é de que novos sinais sejam divulgados nas próximas semanas, impactando diretamente os mercados e a atividade econômica nacional.

Para acompanhar a evolução dessas negociações, continue acessando o G1 Economia.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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