Petrobras anuncia lucro de R$ 26,65 bilhões no segundo trimestre
A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 26,652 bilhões no segundo trimestre de 2025, revertendo prejuízo de R$ 2,605 bilhões no mesmo período do ano passado, devido à realização de um acordo bilionário com o governo. O resultado, divulgado após o fechamento do mercado nesta quarta-feira (7), demonstra forte recuperação da estatal.
Desempenho financeiro e perspectivas
O lucro do primeiro semestre totalizou R$ 61,861 bilhões, comparado a R$ 21,095 bilhões nos mesmos seis meses de 2024. A estatal também anunciou pagamento de dividendos de R$ 8,66 bilhões, reforçando a atratividade para os acionistas.
Segundo Fernando Melgarejo, Diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, a alta se deve à performance operacional, melhoria na eficiência dos campos de produção e aumento do volume de óleo e gás, mesmo com a queda do preço do Brent. Essa combinação permitiu manter o lucro líquido próximo ao do trimestre anterior, mesmo com o Brent 10% mais baixo — destacou.
Impacto da queda do preço do petróleo e aumento de produção
Apesar da redução de 20% no preço do petróleo entre o segundo trimestre de 2024 e o desta ano, a receita de vendas caiu apenas 2,6%, totalizando R$ 119,128 bilhões. Analistas apontam que a produção elevada, especialmente com a entrada de novos poços no pré-sal, ajudou a mitigar os efeitos da baixa cotação do Brent, que ficou em média US$ 67 por barril, uma queda de 12% em relação ao trimestre anterior.
Hulisses Dias, mestre em finanças pela Universidade de Sorbonne, avalia que o resultado foi impulsionado pelos ganhos cambiais e pela ampliação da produção. Entretanto, a receita foi impactada pela baixa do petróleo, o que reforça a importância da gestão de custos e do aumento de eficiência,
destacou.
Aumento da produção e reforço na estratégia de revitalização
No período entre abril e junho, a Petrobras elevou a produção média de óleo e gás natural em 5,4%, chegando a 2,546 milhões de barris diários, um aumento de 8,1% na comparação anual. A expansão deve-se à aceleração na operação de plataformas do tipo FPSO e à entrada em operação de 14 novos poços no pré-sal, com destaque para as bacias de Campos e Santos.
Segundo o executivo Hulisses Dias, esse aumento de produção é crucial para sustentar os resultados futuros e garantir a participação competitiva no mercado.
Vendas e importações de combustíveis
O volume de venda de derivados atingiu 1,714 milhão de barris por dia, alta de 1% em relação ao trimestre anterior e de 0,8% na comparação com o mesmo período de 2024. A gasolina teve crescimento de 3,1%, enquanto o diesel subiu 0,6%, apesar do aumento nas importações, especialmente de origem russa, que cresceram significativamente para atender à demanda no segundo semestre.
O preço médio do mercado interno de combustíveis ficou em R$ 469,89, uma redução de 1,3% em relação ao mesmo trimestre de 2024.
Desafios e tendências futuras
A dívida bruta da Petrobras em 30 de junho de 2025 atingiu US$ 68,1 bilhões, evolução de 5,5% desde o fim de março, impulsionada por captações de US$ 2,6 bilhões e pelo reconhecimento de US$ 1,1 bilhão na dívida vinculada à operação do FPSO Alexandre de Gusmão.
Embora o resultado do segundo trimestre seja positivo, especialistas alertam que a sustentabilidade do crescimento depende da continuidade do plano de investimentos, disciplina financeira e da recuperação dos preços internacionais do petróleo.
Para conferir mais detalhes, acesse a matéria completa.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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