Governo prepara medidas de socorro aos setores afetados pelo tarifaço nos EUA

O ministro Fernando Haddad está empenhado em duas frentes para lidar com a nova tarifa de importação dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Uma delas é a continuação das negociações para reduzir ou eliminar a sobretaxa, enquanto a outra envolve o desenvolvimento de um programa de apoio às empresas mais afetadas, sem impacto fiscal relevante.

Negociações e alternativas de apoio às empresas afetadas

Haddad enfatizou que o Brasil mantém a mesa de negociação com os EUA e não descarta avanços nas conversas. Ao mesmo tempo, está sendo avaliado um fundo privado temporário, que incluiria bancos e empresas de setores específicos, para facilitar o refinanciamento de dívidas com juros mais baixos. Além disso, há a possibilidade de criar um programa específico para pequenas empresas em dificuldades.

Diagnóstico do impacto por setor

Segundo o ministro, os setores brasileiros estão realizando um detalhamento das empresas afetadas, pois, mesmo dentro de um mesmo segmento, as consequências variam. Estados como Ceará e Espírito Santo já foram identificados como regiões particularmente impactadas, devido à dependência de exportações para o mercado americano.

Medidas de enfrentamento e preocupações fiscais

Entre as ações em análise, há a possibilidade de algum programa de manutenção do emprego, embora o cenário seja complicado devido à alta da inflação e aos juros elevados praticados pelo Banco Central, atualmente na casa de 15%. Haddad também afirmou que o governo estuda medidas que não tenham impacto no gasto primário, buscando equilibrar as ações sem aumentar o déficit fiscal.

Embate diplomático e jurídico

O governo dos Estados Unidos vem enfrentando ações judiciais de empresas brasileiras prejudicadas pelo tarifão, como a Johanna Foods, que importa suco de laranja. Essas ações buscam a suspensão da tarifa, que pode elevar em 25% o preço do produto no mercado americano. Haddad reforçou que, caso o Brasil decida por retaliação, a estratégia será evitar sobretaxas sobre bens de consumo, de modo a não impactar a inflação doméstica.

Reações internacionais e possibilidades de reciprocidade

Em uma tentativa de pressionar os EUA, o governo brasileiro já avaliou a possibilidade de quebrar patentes de medicamentos, uma medida extrema que tornaria produtos mais baratos no Brasil. Entretanto, a estratégia é delicada, pois pode afetar o setor farmacêutico e gerar repercussões econômicas e políticas. Haddad destacou que o governo busca uma fórmula que reaja à altura da sobretaxa, sem causar descontrole inflacionário.

Perspectivas futuras e próximos passos

O ministro Haddad afirmou que o governo manterá o esforço de negociação enquanto prepara um plano de contingência para enfrentar o tarifão sem que haja impacto fiscal prejudicial às contas públicas. A expectativa é que as ações combinadas possam minimizar os efeitos econômicos e preservar empregos, ao mesmo tempo em que se busca uma solução diplomática com os EUA.

Para mais detalhes, leia a reportagem completa no Fonte.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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