Dólar sobe 0,28% e mercado aguarda resposta do Brasil à investigação dos EUA
O dólar iniciou a segunda-feira (18) em alta de 0,28%, negociado a R$ 5,413 às 9h05, enquanto o Ibovespa abre às 10h. O mercado acompanha a expectativa pela resposta do Brasil à investigação comercial aberta pelos Estados Unidos, solicitada por Donald Trump, e aguarda o desenrolar de reuniões diplomáticas internacionais.
Investigações comerciais dos EUA e resposta do Brasil
Em julho, o representante de Comércio dos EUA anunciou a abertura de uma investigação contra produtos brasileiros, justificando a tarifa de 50% com argumentos que vão do desmatamento ao uso do PIX e ao comércio na rua 25 de Março, em São Paulo. O governo brasileiro prepara uma resposta que será enviada ainda nesta segunda-feira por meio de um grupo de trabalho no Itamaraty, composto por diplomatas especializados na temática.
Segundo fontes ouvidas pela imprensa, o documento deverá abordar medidas de combate ao desmatamento e defender que o sistema financeiro nacional, incluindo o PIX, não prejudica empresas americanas. A resposta busca equilibrar a pressão econômica com argumentos políticos para minimizar possíveis sanções comerciais.
Reunião entre Trump e Zelensky e perspectivas diplomáticas
Na agenda internacional, Donald Trump se reúne nesta segunda-feira em Washington com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e sete líderes europeus. O encontro ocorre dois dias após a reunião de Trump com Vladimir Putin, na qual o líder russo propôs a manutenção das linhas de frente atuais na Ucrânia em troca do reconhecimento internacional da anexação da Crimeia e de áreas no Donbas e Zaporizhzhia.
Especialistas destacam que o encontro pode ser decisivo para definir os próximos passos do conflito, com a possibilidade de Zelensky aceitar discutir pontos até agora considerados inegociáveis. Para Trump, trata-se de uma oportunidade de consolidar um triunfo diplomático, enquanto Zelensky corre o risco de obter menos apoio político e militar caso relute em ceder às pressões.
Projeções econômicas e indicadores recentes
O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta manhã, aponta que os analistas reduziram a previsão de inflação de 2025 pela primeira vez desde janeiro, para abaixo de 5%, influenciados pela tarifa adotada por Trump contra produtos brasileiros. A projeção de inflação caiu de 5,05% para 4,95%.
Além disso, o índice de atividade econômica IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, mostrou crescimento de 0,3% no segundo trimestre, indicando desaceleração em relação ao primeiro trimestre, que cresceu 1,5%.
Mercado internacional e variações cambiais
Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,10%, atingindo 44.955 pontos, após um recorde na sexta-feira. Na Europa, o índice pan-europeu STOXX 600 caiu 0,06%, mas permaneceu perto de máximos em cinco meses. Na Ásia, o Xangai avançou 0,83%, enquanto Hong Kong caiu 0,98%. O Nikkei, do Japão, subiu 1,71%, a 43.378 pontos.
O câmbio brasileiro, por sua vez, acompanha o movimento do dólar, que acumula queda de 12,64% no ano, e o Ibovespa apresenta alta de 13,35% no mesmo período, refletindo otimismo parcial em relação a perspectivas econômicas e políticas.
Os investidores seguem atentos às próximas ações do governo brasileiro e às negociações internacionais que podem impactar o cenário econômico e político global.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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