Declínio cognitivo em idosos: Como identificar os primeiros sinais e agir a tempo

Com o passar dos anos, é natural que o corpo desacelere e a mente também. No entanto, quando lapsos de memória e mudanças sutis de comportamento começam a interferir nas atividades do dia a dia, é hora de acender um sinal de alerta. Saber diferenciar o envelhecimento natural das funções cognitivas de um possível quadro patológico pode fazer toda a diferença na qualidade de vida da pessoa idosa.

Segundo o Dr. Leonardo Lopes, Coordenador e Professor do Curso de Pós-Graduação em Geriatria da Afya Educação Médica, existem alguns sinais que merecem atenção especial por parte dos familiares e cuidadores.

“Dificuldades de memória, principalmente para fatos recentes, confusão com datas ou lugares, dificuldade em encontrar palavras durante uma conversa e pequenas alterações de comportamento — como irritabilidade ou mudanças na personalidade — são alguns dos primeiros indícios do declínio cognitivo”, afirma.

Esses sinais se diferenciam das mudanças esperadas no envelhecimento saudável, que envolvem, por exemplo, uma maior lentidão para processar informações ou pequenas distrações, mas sem prejuízos importantes na rotina.

Estilo de vida pode fazer toda a diferença

Dr. Leonardo destaca que o declínio cognitivo não é uma sentença inevitável. Estima-se que até 40% dos casos de demência sejam potencialmente evitáveis com a adoção de hábitos saudáveis.

“Fatores como baixa escolaridade, depressão, hipertensão, diabetes, sedentarismo, tabagismo, perda auditiva, isolamento social, alcoolismo, poluição, quedas com traumatismos e obesidade estão diretamente ligados ao risco de desenvolver doenças neurodegenerativas”, explica.

Portanto, cultivar uma vida ativa, tanto física quanto mentalmente, manter boas relações sociais, realizar atividades prazerosas e controlar doenças crônicas pode contribuir significativamente para preservar a autonomia e a atenção dos idosos.

Avaliação médica é essencial

Percebeu mudanças na memória ou no comportamento? Não hesite em procurar ajuda especializada.

“O geriatra é o profissional indicado para avaliar a saúde cognitiva do idoso. Infelizmente, é comum que familiares considerem essas alterações como ‘normais da idade’ e demorem a buscar ajuda. Quando o diagnóstico é tardio, as chances de reabilitação diminuem bastante”, alerta o especialista.

O acompanhamento médico, aliado a intervenções terapêuticas personalizadas, pode não apenas retardar o avanço do declínio cognitivo como também melhorar a qualidade de vida da pessoa idosa e de quem está ao seu redor.

Com informações da Ascom

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