Bancos revisam projeções para inflação e câmbio em 2025
Instituições financeiras revisaram para baixo suas projeções de inflação e câmbio para 2025, impulsionadas pela valorização do dólar e pelo ambiente internacional favorável. O Bradesco foi o primeiro a alterar suas expectativas, indicando que o IPCA deve encerrar o ano próximo de 5%, com dólar a R$ 5,50 e uma inflação de 3,8% em 2026, dentro da meta oficial. Essas mudanças abrem espaço para uma possível redução dos juros pelo Banco Central ainda em 2025.
Revisões das projeções para inflação e câmbio
Recentemente, XP, C6 Bank e outras instituições acompanharam a mudança, ajustando suas estimativas para o IPCA, que passou a ficar em torno de 5% neste ano, com dólar a R$ 5,50, considerando a apreciação do câmbio e a desaceleração da inflação. Enquanto isso, a previsão para 2026 mostrou uma leve aceleração, para 5,7%, refletindo a persistência de um mercado de trabalho aquecido e uma economia resiliente.
Razões por trás da revisão
Myriã Bast, superintendente de Pesquisa Econômica do Bradesco, explicou que o ambiente global favorece o real devido ao enfraquecimento do dólar e à alta das taxas de juros domésticas. Segundo ela, a valorização do câmbio já revela efeitos positivos na inflação, especialmente nos preços ao produtor e em alguns itens industrializados, ao passo que a desaceleração da economia do segundo semestre reforça a tendência de baixa.
Visitantes do cenário internacional também colaboraram, com o enfraquecimento da moeda norte-americana beneficiando moedas emergentes, incluindo o real. A expectativa é de que essa tendência continue, ajudando a controlar a inflação e possibilitando cortes nos juros.
Futuro do juro e perspectivas econômicas
Embora alguns bancos, como XP e C6 Bank, projeta uma inflação em torno de 4,5% para 2025, há avisos sobre a possibilidade de aceleração da inflação em 2026 devido a um câmbio ainda elevado e a uma economia que persiste aquecida. Analistas como Claudia Moreno, do C6 Bank, avaliam que a taxa de juros pode passar por cortes a partir do fim deste ano ou início de 2026, mas com limites devido ao quadro de emprego ainda positivo.
Rodolfo Margato, da XP, aponta que há uma tendência mais baixista do que altista para os próximos meses, com expectativas de que a Selic possa cair para cerca de 12,5% no terceiro trimestre do próximo ano, após uma redução de 0,5 ponto percentual já prevista para este fim de 2025.
Considerações sobre a política monetária
Sérgio Vale, da MB Associados, ressalta que a inflação deve ficar em torno de 4,9% este ano, com o corte de juros adotado pelo Banco Central em dezembro. No entanto, a possibilidade de uma redução mais expressiva ainda é incerta, devido ao forte mercado de trabalho e à necessidade de manter a credibilidade da política monetária.
Segundo especialistas, o BC tende a manter a taxa de juros elevada por mais tempo, dado o cenário de inflação controlada, câmbio valorizado e forte atividade econômica, especialmente em um período de alta nos ciclos eleitorais.
Impactos na economia
O cenário de queda nas projeções de inflação e câmbio tem o potencial de influenciar a política monetária e os investimentos no país. A expectativa de juros menores e inflação controlada reforça a percepção de estabilidade, mesmo diante de uma desaceleração moderada do crescimento econômico, que deve ficar em torno de 1,5% ao ano.
Para mais detalhes sobre o cenário econômico e as projeções atualizadas, acesse o site do Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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