Operação do MP de São Paulo apreende R$ 1,8 milhão na investigação de esquema bilionário
O Ministério Público de São Paulo realizou nesta terça-feira (12) uma grande operação que desmantelou um esquema criminoso de lavagem de dinheiro e falsificação de benefícios fiscais. A ação resultou na prisão de empresários envolvidos na operação, além da apreensão de cerca de R$ 1,8 milhão em dinheiro, R$ 10 milhões em criptomoedas e joias de alto valor, incluindo esmeraldas, relógios de luxo e pedras preciosas. A investigação revelou um esquema bilionário que favorecia redes de varejo, como Ultrafarma e Fast Shop, com fraudes na concessão de créditos de ICMS.
Quem foi preso na operação do MP de São Paulo?
Entre os presos estão Sidney Oliveira, fundador da Ultrafarma, e Mário Otávio Gomes, diretor da Fast Shop. Além deles, outros quatro envolvidos foram detidos, entre eles o dono de uma residência em Alphaville, na Grande São Paulo, onde foram encontrados R$ 1,2 milhão, moedas digitais, relógios de luxo e esmeraldas, aponta o Ministério Público. Celso Éder Gonzaga de Araújo, suspeito de lavar o dinheiro, e sua esposa Tatiane foram presos durante a operação. Também foi detido o auditor fiscal Marcelo de Almeida Gouveia, preso em São José dos Campos, e o supervisor da Secretaria da Fazenda, Artur Gomes da Silva Neto, considerado o principal operante do esquema.
- Sidney Oliveira – dono e fundador da Ultrafarma
- Mário Otávio Gomes – diretor da Fast Shop
- Marcelo de Almeida Gouveia – auditor fiscal
- Artur Gomes da Silva Neto – supervisor da Sefaz-SP
- Celso Éder Gonzaga de Araújo – proprietário da residência onde foram apreendidas joias
- Tatiane da Conceição Lopes – esposa de Celso, envolvida na operação
Principais linhas do esquema de corrupção fiscal
Segundo o MP, o esquema envolvia a manipulação de benefícios fiscais por meio de fraudes na Secretaria da Fazenda (Sefaz). A atividade consistia na elaboração e aprovação irregular de pedidos de ressarcimento de créditos de ICMS, utilizando certificado digital falso e uma empresa fictícia, a Smart Tax. Essa estratégia permitia a empresas do setor varejista obter valores ilícitos de créditos tributários de forma acelerada e com aparência legal.
Como funcionava o esquema
O esquema usava a empresa Smart Tax, registrada no nome da mãe de um dos suspeitos, sem funcionar oficialmente. Em 2021 e 2022, ela movimentou mais de R$ 1 bilhão em transações com a Fast Shop, todas formalizadas por notas fiscais e recolhimento de ICMS, mas com origem ilícita, revela a investigação. Os valores eram enviados, por exemplo, para contas de Celso Éder Gonzaga, facilitando a lavagem do dinheiro e o ocultamento de origem criminosa.
O papel dos fiscais e empresas beneficiadas
O auditor Marcelo de Almeida Gouveia teria acessado o sistema da Sefaz com o certificado digital da Ultrafarma, aprovada em pedidos de créditos que superavam seus valores reais, além de acelerar procedimentos de forma irregular. Esquemas semelhantes também envolviam outras empresas do setor varejista, consolidando uma rede de favorecimento ilícito por parte de servidores públicos.
Reações e próximas ações
A Ultrafarma ainda não se manifestou oficialmente, enquanto a Fast Shop declarou que colabora com as autoridades. A Secretaria da Fazenda de São Paulo afirmou que abriu procedimento administrativo para apurar o caso e solicitará o compartilhamento de informações pelo Ministério Público. O promotor Roberto Bodini destacou a importância da investigação para combater os desvios fiscais e proteger a justiça tributária no estado.
A operação da promotoria ocorreu após a quebra do sigilo telemático e a análise de documentos financeiros, que comprovaram o fluxo de valores ilícitos direcionados às empresas relacionadas ao esquema. A investigação segue em andamento e pode identificar novas empresas e envolvidos no sistema de fraude fiscal.
Mais detalhes sobre as apreensões e investigações podem ser acessados em esta reportagem.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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